Níveis de ozono em Lisboa ultrapassam limites mas as autoridades não emitiram nenhum alerta

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O limiar é de 180 microgramas por metro cúbico Foto: Pedro Cunha/arquivo

A poluição do ar por ozono na região de Lisboa ultrapassou no sábado os limites a partir dos quais deve ser divulgada informação à população, mas a autoridade responsável não está a fazê-lo, alertou hoje a Quercus.

Numa consulta à página “QualAR” no site da Agência Portuguesa do Ambiente, é possível confirmar que este sábado os níveis ultrapassaram o limiar - 180 microgramas por metro cúbico – a partir do qual está fixado por lei que deve ser divulgada informação à população sobre os cuidados a ter.

Em Vila Franca de Xira os níveis de ozono chegaram aos 190,1 gramas e em Loures aos 185,5 gramas, segundo os dados dessa base online sobre a qualidade do ar. Sobre a situação de hoje, não estão divulgados quaisquer dados sobre esta região e algumas outras, como Setúbal, Alentejo e Algarve.

Carla Graça, dirigente da Quercus, considera “preocupante” o facto de sábado não ter havido nenhuma informação por parte da Comissão de Coordenação da Direcção Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo e estranha que em relação a hoje, “com condições meteorológicas idênticas ou até mais graves, não haja quaisquer dados disponíveis”. A Quercus disse que vai incluir esta questão nos temas para uma reunião que já pediu à ministra do Ambiente, Assunção Cristas, sublinhando que se trata de "saúde pública".

A dirigentes da associação ambientalista destaca pela positiva a acção da CCDR do Norte que vem divulgando informação à população, depois de sábado e hoje terem sido detectados em vários concelhos em redor do Porto valores de ozono acima dos 180 microgramas por metro cúbico.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a directora de Serviços de Ambiente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Paula Pinto, refere que foram detectadas concentrações elevadas em várias estações. A concentração de ozono no ar subiu para valores entre os 214 e 218 microgramas nas estações de Vermoim (Maia), Ermesinde (Valongo) e Avintes (Gaia).

“As pessoas mais sensíveis (crianças, idosos, asmáticos e indivíduos com problemas respiratórios) devem evitar inalar uma grande quantidade de ar poluído, especialmente durante o período mais quente (durante a tarde)”, recomenda Paula Pinto. Pelo mesmo motivo, deve ser reduzida “ao mínimo” a actividade física intensa ao ar livre e devem ser evitados outros factores de risco, “como o fumo do tabaco e a utilização de produtos irritantes contendo solventes na sua composição, uma vez que estes podem agravar os efeitos da exposição a concentrações elevadas de ozono”.

O limiar a partir do qual deve haver informação à população está fixado por lei nos 180 microgramas por metro cúbico. Se os níveis subirem além dos 240 microgramas deve haver um alerta. A Lusa tentou contactar a CCDR de Lisboa e Vale do Tejo, mas os serviços encontravam-se encerrados.

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