Villas-Boas: “Os adeptos do FC Porto vão sempre sentir-se traídos”

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"Não esperem trabalho de apenas um homem", diz o novo técnico do Chelsea Chelsea

André Villas-Boas está de regresso a Londres e ao Chelsea, clube com quem assinou um contrato válido por três épocas. Em declarações à televisão do clube, o ex-técnico do FC Porto quer fazer justiça a tradição ganhadora dos "blues".

Na noite de terça-feira viajou do Porto para Londres no avião privado de Roman Abramovich e esta quarta-feira já esteve em Stamford Bridge na pele de novo treinador do Chelsea. André Villas-Boas assinou um contrato de três épocas com o clube londrino e vai receber cinco milhões de euros por temporada. Em declarações à Chelsea TV disse que sentiu “que era um desafio importante” assumir a liderança da equipa inglesa, mas admitiu que “a separação do FC Porto não foi fácil”.

De camisa cinzenta vestida e relógio “Casablanca Chronograph André Villas-Boas” no pulso, uma edição limitada da marca Franck Muller que tem atrás a assinatura do treinador e a frase “FC Porto a vencer desde 1983”, Villas-Boas falou em exclusivo à televisão do Chelsea.

E o antigo clube não foi esquecido: “Tive um ano magnífico no FC Porto e a separação não foi fácil para mim. O FC Porto é o meu clube, um clube que defendi muito. O Porto é a minha cidade e não há qualquer fuga. Os adeptos do FC Porto vão sempre sentir que não há nada que eu diga que apague o sentimento de que foram traídos”.

No entanto, surgiu um “enorme desafio individual” de “um dos maiores clubes do Mundo”. “Foi tudo frenético”, admitiu o treinador que agora quer “projectar um grande futuro”, sabendo que “este é um desafio enorme”. “Mas estou à altura da responsabilidade”, garante.

As comparações com José Mourinho vão continuar a acontecer de forma “normal” - “Quando trabalhas com uma pessoa com o gabarito dele, todos esperam coisas boas” -, mas Villas-Boas pretende deixar bem vincado que não treinou “o FC Porto nem agora o Chelsea para seguir os seus passos”. “Quando surgiu a oportunidade de ser treinador, senti que tinha de assumir o desafio. Não era uma obsessão nem usei o José Mourinho para chegar a treinador, foi algo que aconteceu naturalmente”.

No regresso a Stamford Bridge, Villas-Boas quer “desbloquear o potencial” do plantel, “estimulando e motivando” os seus atletas e potenciando a “liberdade de escolha”, porque “no fim são os jogadores que decidem o jogo”. “Acho que é importante para as pessoas que não se foquem em mim. Isto não é o trabalho de uma pessoa, mas sim de todo um grupo de trabalho”, realça.

O Chelsea, garante, vai “continuar a ganhar” mas “sem fazer grandes alterações”. “É normal olharmos para o mercado, mas também é normal respeitarmos aquilo que temos e a qualidade dos jogadores que temos”, afirmou. Mas para recuperar o título perdido na última época para o Manchester United, é certo que o novo Chelsea de André Villas-Boas precisa de reforços e de rejuvenescer o plantel.

Notícia actualizada às 21h38
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