Guerra na Líbia: Obama ignorou parecer de conselheiros legais
Citando fontes da Administração com conhecimento do debate interno, o jornal adianta que o general Jeh Johnson e Caroline Krass, chefe do gabinete de aconselhamento legal do Departamento de Justiça, entendiam que as acções dos aviões e navios de guerra ancorados ao largo da Líbia constituíam “hostilidades” em relação a um país terceiro.
Assim sendo, Obama deveria ter terminado a missão a 20 de Maio, cumprindo uma resolução em vigor desde a guerra do Vietname que proíbe o envolvimento dos militares americanos em conflitos por um período superior a 60 dias sem a autorização do Congresso.
No entanto, acrescentam as mesmas fontes, Obama decidiu seguir o entendimento de outros conselheiros da Casa Branca e do Departamento de Estado, segundo os quais as missões destinadas a proteger os civis líbios da ofensiva das forças de Khadafi não poderiam ser consideradas hostilidades e poderiam, por isso, prosseguir sem o aval dos congressistas.
A oposição republicana, crítica da estratégia seguida por Obama no conflito líbio, exige que a Casa Branca divulgue os pormenores do parecer do gabinete de aconselhamento legal do Departamento de Justiça e explique porque é que o Presidente optou por não acatar as suas conclusões, ao contrário do que é habitual.
A presidência reconheceu esta semana divergências de opinião dentro da Administração, mas insiste que a participação americana nos bombardeamentos na Líbia – agora sob comando da NATO – é limitada e não envolverá o envio de forças terrestres.