“Vou com a intenção de ajudar o Real Madrid em tudo. Claro, espero jogar o máximo. Vou trabalhar imenso para ajudar. Sei que estão lá os melhores, e eu quero ser mais um. Quero ganhar tudo pelo Real Madrid. Também por isso vou, pela Champions e pela Liga”, disse Coentrão.

O lateral esquerdo admitiu que se sentiu nervoso nestes últimos dias, e que por isso mesmo não esteve ao melhor nível no jogo da selecção nacional, frente à Noruega. “Quem visse o jogo notaria que não era o verdadeiro Coentrão”, aponta. A razão para isso? O futebolista explica: “Sentia algo forte dentro de mim que me impediu de ser eu. Estava nervoso, sendo jogador do Benfica mas a um passo do Madrid. Coincidi com bons jogadores no Benfica, e agora tenho a possibilidade de estar com os melhores do mundo no Madrid... Vou aprender muito e serei um jogador melhor dentro de dois ou três anos”.

“A pressão estou a senti-la agora, por ter que terminar um contrato com o Benfica. Depois, estando no Real Madrid, com o melhor treinador do mundo e os melhores jogadores... Para que vou sentir Pressão? Vai ser fácil jogar”, continua Fábio Coentrão, definindo-se como um futebolista “rápido e com muita raça”.

Quando questionado sobre os argumentos de Mourinho para o convencer a assinar pelo Real Madrid, Fábio Coentrão apontou o trabalho feito pelo técnico português. “Não é normal ganhar o que Mourinho ganhou. Isso convence qualquer jogador”, vincou. “Quero sair, ir para o Real, acima de tudo. Sei que há outros clubes muito interessados, mas quero ir para o Real do fundo do coração”, acrescentou.

Sem se querer alongar sobre o comportamento do Benfica na negociação com o Real Madrid –diz que isso são assuntos de Jorge Mendes, o seu empresário –, Coentrão lembrou que tem uma “boa relação” com Luís Filipe Vieira. “O Benfica está no meu coração. Tentou que eu ficasse, claro, mas a minha decisão está tomada. Estou grato ao Benfica, mas o Benfica também tem de me estar agradecido”, sublinha.

Numa extensa entrevista em que aborda a infância difícil, Coentrão fala também do período em que esteve cedido ao Saragoça (2008-09). Uma altura que não deixou saudades: “Marcelino [Toral, treinador do clube] não se portou bem comigo. Se não gostava da minha forma de jogar, eu aceito. Mas começaram a dizer que eu saía muito à noite e outras coisas”, lamenta. O lateral agradece ainda a Jorge Jesus pelo papel que teve na sua carreira: “É uma pessoa fantástica que me ajudou muito. Tornou-me melhor”.