Não foram ainda divulgados pormenores do óbito
Com uma obra escrita predominantemente em francês, e fortemente influenciada pelas suas experiências de vida, Semprún esteve no Partido Comunista Espanhol (PCE), de onde acabou por ser expulso, e no governo do socialista Felipe González, como ministro da Cultura.
De uma família de classe alta, era neto do político conservador Antonio Maura – foi presidente do Governo cinco vezes durante o reinado de Afonso XIII – e filho do intelectual republicano José María Semprun y Gurrea.
Passou a Guerra Civil espanhola em Haia, onde o pai era embaixador de Espanha, tendo-se mudado para Paris, onde estudou na Sorbonne e combateu ao lado da resistência à ocupação nazi.
Em 1943 foi detido, torturado e deportado para o campo de concentração de Buchenwald, período que marcou tanto a sua vida política como literária.
Trabalhou para a UNESCO entre 1945 e 1952, altura em que começou a trabalhar para o PCE – onde integrou o Comité Central e o Comité Executivo –, de onde foi expulso por divergências com a linha oficial, em 1964.
Em 1966 pediu e obteve do Ministério da Governação, equivalente ao actual Ministério do Interior, um passaporte com o seu nome oficial, passando a centralizar na literatura grande parte da sua actividade.
Regressou à vida política em 1988 quando foi convidado para ministro da Cultura pelo socialista Felipe González, cargo em que permaneceu três anos e onde foi muito criticado por ter vivido grande parte da vida em França.
Notícia actualizada às 23h00