X-Men: O Início

"Sequelite" "oblige", "X-Men: O Início" é um bom exemplo de uma Hollywood que vai buscar talentos "fora do baralho" para reinventar "franchises" fatigadas. A retomar as rédeas das aventuras dos mutantes genéticos que tornou em 2000 numa das mais honrosas entradas nas adaptações de super-heróis recentes, Bryan Singer entregou a realização desta "prequela" sobre a fundação dos X-Men ao inglês Matthew Vaughn, autor dos cultos "Stardust - O Mistério da Estrela Cadente" e "Kick-Ass - O Novo Super Herói".


E o realizador puxa esta aventura de juventude, entendida como "mito fundador" ambientado nos anos 1960, para um desempoeirado pastiche James Bond com superpoderes, sem perder de vista a metáfora do "direito à diferença" que foi desde sempre o trunfo da série. Mas a descontracção e o travo "sixties" que Vaughn injecta são deitados abaixo pelo final bombástico, como se o filme se tivesse esquecido a meio que o interessante dos "X-Men" sempre esteve na articulação da sua mitologia com o mundo real mais do que na demonstração de efeitos visuais. Dá, no entanto, para perceber que "X-Men: O Início" pode fazer maravilhas pela carreira de Michael Fassbender (o Bobby Sands do "Fome" de Steve McQueen), que encarna o futuro vilão Magneto com uma intensidade que seria óptimo reencontrar no resto do filme.

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