Nintendo e Sony vão à E3 com grandes desafios pela frente

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Participantes na E3, em 2009 Chris Pizzello/Reuters

A Nintendo prepara-se para revelar, na terça-feira, o primeiro dia da E3, a sucessora da consola Wii. Foi este modelo que inaugurou os jogos controlados por movimentos, mas a Wii tem já mais de cinco anos – foi lançada em finais de 2006.

A nova consola da Nintendo, de que ainda não são conhecidos pormenores, surge quando o mais recente modelo portátil da marca, a 3DS, frustrou as expectativas de vendas.

A Nintendo 3DS é capaz de exibir gráficos em 3D sem necessidade de óculos. Mas a própria Nintendo admitiu, em finais de Abril, que a procura estava aquém do esperado.

A empresa é a única entre as três grandes fabricantes de consolas a apresentar um novo modelo. A Sony e a Microsoft permanecem no mercado, respectivamente, com a PlayStation 3 (lançada também em finais de 2006) e a Xbox 360 (que chegara ao mercado um ano antes).

Já a Sony tem pela frente a complexa tarefa de começar a apagar a memória dos recentes ataques à plataforma online de jogos e conteúdos para a PlayStation.

Em Abril, numa sequência de ataques, os servidores da empresa foram atacados e, contabilizando os vários serviços afectados, ficou exposta a informação de cerca 100 milhões de contas. A Sony foi muito criticada por ter demorado a informar os seus clientes de que os respectivos dados – que, em alguns casos, incluíam informação bancária – estavam em risco.

Só a 1 de Junho a Sony conseguiu restabelecer completamente o funcionamento dos serviços afectados.

Na E3, a empresa nipónica vai apresentar novos jogos para a PlayStation e são esperados mais detalhes sobre o mais recente modelo de consola portátil, mostrado pela primeira vez em Janeiro e que, por ora, é designado por Next Generation Portable (“[consola] portátil de próxima geração”). No anúncio da Next Generation Portable, a Sony agendou para o final do ano a comercialização do modelo.

A Microsoft, como é tradição, fará uma apresentação já na segunda-feira, ainda antes do arranque oficial do evento.

No telemóvel

A E3 é frequentemente associada a jogos com orçamentos milionários, destinados a jogadores assíduos das consolas de última geração.

Actualmente, porém, os jogos baratos e simples para telemóvel já têm um peso sério na indústria e esta é uma tendência que se deverá reflectir nos produtos apresentados em Los Angeles.

O fenómeno de popularidade Angry Birds – que começou como um jogo para iPhone e existe agora para várias plataformas, desde telemóveis a computadores – é um dos mais conhecidos exemplos do sucesso dos chamados jogos casuais, impulsionados pela adopção crescente de smartphones e também pela entrada de novas demografias no mundo dos videojogos – já há uns anos que a indústria se tem virado para um público que vai para lá dos jovens do sexo masculino.

Outra tendência é a dos jogos sociais, como os que são jogados no Facebook, ou os que são jogados em casa com um grupo de amigos.

“Esta nova tendência de ter mais jogos sociais que são jogados com a família e os amigos terá um enorme impacto no negócio existente”, observou, citado pela agência Reuters, Yves Guillemot, presidente da Ubistoft, uma das grandes editoras de jogos, e uma das que tem apostado nos jogos para iPhone. o que inclui reedições de títulos bem conhecidos dos fãs das consolas.

Os telemóveis, porém, começam a servir para mais do que jogos simples. Este ano, a Sony lançou um modelo equipado com o sistema Android e vocacionado para quem gosta de jogar. Disponibilizou para esta plataforma jogos da PlayStation original.

A E3 termina na quinta-feira.

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