NATO utilizou pela primeira vez helicópteros de combate na Líbia
“Vamos continuar a usar estes meios sempre e onde forem necessários, garantindo a mesma precisão de todas as nossas missões”, informou o general Charles Bouchard, responsável pela operação militar da NATO, em comunicado oficial.
De acordo com a NATO, que prolongou esta quarta-feira a sua missão na Líbia por mais 90 dias, a utilização de helicópteros de ataque dá às suas operações no terreno “uma flexibilidade adicional para seguir e localizar as forças pró-Khadafi que utilizam, deliberadamente, civis e se escondem entre zonas populosas”.
A BBC detalha que nos ataques participaram quatro helicópteros britânicos e que foram destruídas duas instalações militares perto de Brega. Segundo a AFP, os aparelhos britânicos utilizados são Apache e na operação participaram igualmente Tigre e Gazelle franceses.
Para o ministro britânico da Defesa, Liam Fox, o recurso a helicópteros é o "desenvolvimento lógico" do que tem sido feito. "Mostrámos muito claramente ao coronel Khadafi que há um meio muito rápido de parar os ataques da NATO: é partir e parar de fazer guerra ao seu próprio povo", declarou, citado pela AFP.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, lamentou que "consciente ou inconscientemente", a intervenção da Aliança Atlântica "derrape para uma operação terrestre". O envio de tropas terrestres seria "deplorável", acrescentou. A resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, votada a 17 de Março, prevê a protecção da população civil dos ataques de forças do regime líbio, mas exclui "uma força estrangeira de ocupação sob qualquer forma".
Moustapha Adeljalil, presidente do Conselho Nacional de Transição, órgão dirigente dos rebeldes líbios, manifestou satisfação pela entrada em acção dos helicópteros e saudou "qualquer acção que possa precipitar o fim do regime de Khadafi".
Esta quarta-feira, uma missão das Nações Unidas na Líbia concluiu que as forças de Muammar Khadafi cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, mas apontou também o dedo aos rebeldes, dando como provado que cometeram alguns crimes de guerra, embora em menor número do que as forças governamentais.
O conflito na Líbia fez já entre dez a 15 mil mortos desde 15 de Fevereiro, segundo dados das Nações Unidas.
Actualizad às 13h25