Marchas populares começaram “maratona” para conquistar público e júri no Pavilhão Atlântico
“Ié, ié, ié, ié, esta marcha é que é!” ou “Esta marcha é linda” são, habitualmente, as frases mais ouvidas, para as quais só muda o nome da marcha, e ontem à noite não foi excepção. As claques estavam ao rubro e nem o atraso de quase 45 minutos fez esmorecer o entusiasmo.
Assim que o pano negro se afastou para deixar entrar a primeira marcha, a reacção leu-se na agitação e no volume das palmas. A marcha infantil “A Voz do Operário” foi a primeira a entrar e apesar de ser expectável que esta fosse uma das mais aplaudidas por causa dos seus marchantes de palmo e meio, a marcha seguinte, da Baixa, também teve direito a uma grande ovação depois do nervosismo antes da entrada.
“Quero os homens todos lá para fora. Agora só ficam as mulheres”, gritava pouco antes a ensaiadora da marcha de Belém a todos os que se encontravam no camarim. O momento era de acabar de pentear as mulheres, criando-lhes longas tranças que lhes contornavam um dos lados da cabeça.
Passado algum tempo, é o ensaiador quem chega para dizer que a marcha do Beato estava quase a entrar e que as mulheres e os homens que iriam levar microfone tinham de se apressar.
No final, entre os marchantes de Belém a opinião era unânime: tinham dado o tudo por tudo e achavam que tinham conseguido fazer uma boa prestação. Gritaram, saltaram e abraçaram-se, enquanto os marchantes de Campolide, já prontos para entrarem, olhavam atónitos.
A actuação de ontem no Pavilhão Atlântico incluiu a marcha infantil “A Voz do Operário” e as marchas da Baixa, Beato, Belém, Campolide, Marvila e Castelo.
Hoje vão a concurso a Marcha dos Mercados, da Mouraria, Penha de França, Graça, Carnide, Santa Engrácia, Bairro Alto e Bica.
Amanhã é a vez das restantes marchas participarem, naquele que será o último dia de apresentação das coreografias perante o júri, antes do desfile maior da avenida da Liberdade.