Ministra da Cultura acusa a Guimarães 2012 de não seguir recomendações do Governo

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Ministra volta a pedir calma Pedro Cunha

Apesar de desvalorizar a tensão entre os responsáveis e a comunidade local, a governante afirma ter deixado, ao longo do último ano e meio, várias sugestões à equipa liderada por Cristina Azevedo que não foram seguidas.

Gabriela Canavilhas garante que, durante o seu mandato, acompanhou sempre de perto o processo de preparação da CEC, tendo mantido contactos permanentes com a administração da FCG e o presidente da Câmara de Guimarães.

A ministra lamenta, porém, que essas intervenções não tenham tido o melhor acolhimento por parte dos principais responsáveis pela Guimarães 2012. "Deixei inscrito em acta do Conselho Geral diversas recomendações muito claras sobre várias matérias, mas não foram cumpridas", revela a ministra. Canavilhas adianta ainda que essa é a intervenção possível, face aos estatutos da FCG. Anteontem, também o presidente da Câmara de Guimarães, António Magalhães, tinha revelado que os estatutos da Fundação dão pouco poder à autarquia para intervir na gestão da Capital Europeia da Cultura.

As declarações do autarca foram feitas a propósito do desentendimento entre a cooperativa municipal A Oficina e a FCG relativamente à produção dos eventos culturais da CEC.

À margem da visita que ontem fez a uma empresa de Braga, que é responsável por um programa de mecenato cultural de 300 mil euros, Gabriela Canavilhas tentou desvalorizar essa tensão entre aquelas duas entidades. "Todas as Capitais Europeias da Cultura têm demonstrado ser empreendimentos de grande tensão", afirma, atribuindo esse facto à "pressão" existente sobre quem organiza, quem financia e as populações envolvidas.

"Não é incomum haver pequenas dificuldades relacionais nestas alturas. Não lhes vamos dar demasiada importância", afirma a ministra da Cultura, que, na véspera, tinha demonstrado a sua "preocupação" pelo clima de "tensão crescente" entre a Câmara de Guimarães e a FCG. "Devemos esperar com calma que se reduzam à sua verdadeira dimensão e estamos certos de que a realização da Capital decorrerá conforme está planificado. Ainda há muito bom tempo para se recolocarem no seu devido lugar", sublinha Gabriela Canavilhas.

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