Portugal recebe 1,75 mil milhões do empréstimo europeu a 31 de Maio

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Maioria dos investidores que compraram as obrigações do MEEF é europeia Francois Lenoir/Reuters

A primeira parte do pacote de assistência financeira a Portugal vai chegar aos cofres do Estado a 31 de Maio, na mesma altura em que a Irlanda recebe mais uma fatia do seu pacote de assistência externa. Para conceder as tranches aos dois países, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) foi hoje ao mercado financiar-se em 4,75 mil milhões de euros.

Os 1,75 mil milhões de euros que vão chegar dias antes das eleições legislativas são a primeira parte da fatia de 26 mil milhões de euros que a Comissão Europeia vai emprestar através do MEEF, por si gerido. Sobre esta primeira parte da ajuda, Portugal vai pagar uma taxa de juro de 5,68 por cento (dentro da margem definida na semana passada), que corresponde à margem de dois por cento aplicada sobre o juro pago por Bruxelas, mais 0,15 por cento para gastos administrativos, explicou à Lusa uma fonte comunitária não identificada pela agência de notícias.

Ainda do lado europeu, outros 26 mil milhões vão chegar através do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) ao longo do tempo, sendo o restante montante do total do empréstimo de 78 mil milhões de euros accionado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Do lado de Washington, serão entregues, para já, 6,1 mil milhões de euros.

Dias a seguir ao pedido de ajuda externa a Bruxelas, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, dissera esperar que a primeira tranche da ajuda chegasse precisamente nesta altura, para Portugal fazer face aos compromissos financeiros.

A Irlanda vai receber, também a 31 de Maio, mais três mil milhões no quadro da ajuda de 80 mil milhões de euros acordada com a União Europeia e o FMI em Novembro passado.

A dívida de 4,75 mil milhões de euros emitida hoje por Bruxelas, através do MEEF, para financiar parte do resgate português e irlandês vence em Junho de 2021 e será paga com um juro de 3,5 por cento, avança a Comissão Europeia em comunicado.

Na emissão de hoje, a procura ultrapassou três vezes a oferta e foram maioritariamente investidores da Europa a comprar as obrigações emitidas – França 22 por cento, Alemanha e Áustria, no seu conjunto, 15 por cento, Reino Unido igualmente 15 por cento, Bélgica, Holanda e Luxemburgo 8 por cento, e os países nórdicos sete. Mas 25 por cento das obrigações europeias foram compradas por investidores asiáticos, que a Comissão Europeia não discriminou por país.

Notícia actualizada às 20h56
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