Prisão de Rikers Island é das mais violentas nos EUA

Primeira noite de DSK nas "Tumbas"

Dominique Strauss-Kahn, o director do Fundo Monetário Internacional afastado do cargo após ter sido acusado de tentativa de violação, está numa cela de três por quatro metros, após ser-lhe negada fiança no centro prisional de Rikers Island, Nova Iorque, uma das maiores e mais duras prisões norte-americanas, conhecida como "As Tumbas".

O economista francês, que a empregada de um hotel nova-iorquino acusa de a ter tentado violar, no fim-de-semana, foi transferido segunda-feira do centro de detenção ligado ao Tribunal Criminal de Manhattan, onde viu ser-lhe negado pela juíza Melissa Jackson o pedido para aguardar julgamento em liberdade sob fiança.

Habituado aos luxos das suítes de hotel e viagens de avião em primeira classe, DSK vai ficar numa cela de uma das prisões do complexo localizado numa ilha do East River, isolada de tudo e só com uma ligação rodoviária, por ponte, que desemboca em Queens. Esta é a mesma prisão onde se encontra detido, até à pronúncia de sentença, o modelo português Renato Seabra, acusado do homicídio do colunista Carlos Castro.

A próxima audiência de Strauss-Khan é depois de amanhã, e o suspeito deve permanecer em Rikers Island, sem contacto com o resto da população prisional, por ser considerado um "detido importante", avançou um porta-voz do Departamento Prisional de Nova Iorque.

DSK já teria antes visto à distância as "Tumbas" várias vezes - em filmes como Scarface e séries de televisão como Lei e Ordem. Criado em 1884, é um dos complexos prisionais mais conhecidos no país, albergando a maior e muita da mais violenta população prisional norte-americana, oriunda dos mais duros gangs, e entre a qual são frequentes lutas e vinganças.

Com dez prisões em 1,68 quilómetros quadrados, é uma cidade de mais de 20 mil pessoas - 14 mil presos, funcionários e familiares -, onde também há supermercados, padarias, uma lavandaria, um cabeleireiro, ginásios, igrejas e mesquitas, clínicas médicas e uma escola. Os presos passam ali 45 dias a um ano, até lhes ser decretada a sentença e, em caso de pena de prisão, são transferidos para outras unidades prisionais.

"As Tumbas" são "duras, barulhentas e perigosas", descreve ao The Guardian o advogado Gerald Lefcourt. "É uma prisão sobrelotada e a comida é horrível. E um dos maiores perigos é que as pessoas famosas são ali prontamente perseguidas." Dulce Furtado

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