Villas-Boas: “O favoritismo não serve para nada”

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Mais que ser favorito, interessa ganhar a taça Foto: DR

“Não me interessa minimamente quem é o favorito. O favoritismo não serve para nada”, vincou André Villas-Boas nesta terça-feira, durante a conferência de imprensa de antevisão da final da Liga Europa contra o Sporting de Braga, amanhã (19h45, SIC) em Dublin. “O Sporting de Braga eliminou todos os favoritos que lhe foram caindo pela frente e chega à final com mérito total”, lembrou o técnico.

Nas prioridades de Villas-Boas há outros assuntos: “É muito mais importante as equipas serem capazes de fazer um bom jogo”, apontou. “A identidade de cada uma destas equipas levou-as à final. Nem o FC Porto nem o Sporting de Braga mudaram muito. Nenhuma equipa vai desvirtuar o que tem vindo a fazer”, prosseguiu o treinador dos “dragões”. “Não sei que tipo de mensagens o Domingos passará aos seus jogadores, mas nós estamos contentes com a nossa organização. A competência de todos juntos e o talento destes jogadores levou-nos a uma série inacreditável no campeonato e deu-nos esta final”, acrescentou.

“O Sporting de Braga vem de série de resultados alucinantes, fora do normal. É um clube em crescendo. Mostra a qualidade do Domingos e do plantel, do que têm vindo a fazer. É um trabalho de qualidade enorme”, afirmou André Villas-Boas sobre o adversário de amanhã. “Vão estar frente-a-frente duas equipas com identidade muito forte, esperemos que seja a nossa a triunfar”, disse.

Confrontado com a afirmação feita há nove meses, em Genk, quando disse que o FC Porto “ia ganhar a Liga Europa”, Villas-Boas considerou que se tratou de “algo natural”: “Foi algo que me saiu naturalmente, tendo em conta o palmarés do clube. Seria sempre uma obrigação nossa, apesar de jogarmos pré-eliminatória tão importante. Tínhamos a obrigação de chegar o mais longe possível”.

“Amanhã estamos esperançosos de conseguir obter o troféu. Acreditamos no que temos vindo a fazer. O Sporting de Braga coloca um desafio aliciante e difícil. Deixou para trás equipas de grande reputação internacional. Vai ser um desafio super difícil. Vamos abordá-lo com a máxima ambição e tentar mostrar-nos ao máximo nível para conseguir um bom resultado”, prosseguiu o treinador do FC Porto.

Questionado sobre a eventual preparação da equipa para reagir a um golo sofrido, Villas-Boas disse que não prepara a equipa “para sofrer”. “Se acontecer, teremos de reagir, adaptar-nos. Mas nem sequer posso abordar o jogo dessa forma. É evidente que pode acontecer. Sofrer um, sofrer dois, ou não sofrer, ou o jogo chegar às grandes penalidades. Esperemos que nos mostremos suficientemente competentes para evitar esse golo”, resumiu.

Desvalorizando o facto de poder ser o técnico mais jovem de sempre a conquistar uma prova europeia, Villas-Boas lembrou o feito de José Mourinho em 2003-04, quando levou o FC Porto à conquista da Taça UEFA. “São anos diferentes, equipas diferentes e treinadores diferentes. 2003 foi o culminar de um longo caminho que começou em 1987. Esse foi o primeiro passo para conduzir o FC Porto ao que é hoje em dia. Estou orgulhoso de fazer parte de um clube que construiu uma história”, confessou Villas-Boas.

Sobre o facto de esta ser uma final entre duas equipas portuguesas, o técnico considerou que isso demonstra o “talento e criatividade que existe no futebol português”. “É um campeonato pelo qual as pessoas normalmente não se interessam, tem pouco impacto mediático”, lamentou Villas-Boas.

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