Parque temático de 255 milhões classificado como projecto de interesse nacional

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Maqueta do recinto, de 125 hectares, com lago, restaurantes, hotel, montanha russa e estacionamento dr

Vai chamar-se Lusolândia e desde o último Verão tem o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. A ideia tem 20 anos, o promotor diz que agora é que é

O abandono da Ota, no concelho de Alenquer, como localização do futuro aeroporto de Lisboa deu novo fôlego a um projecto com 20 anos, que prevê a construção de um parque temático numa zona de fronteira entre os concelhos de Alenquer e Azambuja. Os terrenos, que, até há pouco tempo, estavam na zona do que seria a cidade aeroportuária, ficaram subitamente livres para que a empresa Pleno Espaço pudesse avançar com a transformação de 125 hectares num empreendimento de lazer dedicado à idade do ouro dos Descobrimentos portugueses.

António Domingos, proprietário daquela empresa e até agora o único promotor deste projecto, sustenta, em declarações ao PÚBLICO, que a Lusolândia poderá criar cerca de 2000 postos de trabalho e representa um investimento de 255 milhões de euros.

Este empresário fez um primeiro estudo de mercado para poder obter o estatuto de PIN (projecto de potencial interesse nacional), que lhe foi atribuído no Verão do ano passado. Desde então, o promotor já fez novos estudos "que dão boas perspectivas sobre a rentabilidade do projecto, superiores até a outros parques temáticos como o Port Ventura [Tarragona - Espanha] e o Parque Europa [Freiburg - Alemanha]".

A procura prevista, refere o empresário, será de 1,9 milhões de visitantes por ano, ou seja, uma média de aproximadamente 5200 visitantes por dia.

Crise? Atrevimento

Questionado sobre a sua decisão de investir num período de crise, António Domingos responde em duas palavras: "Atrevimento e intuição." E explica que não tem dúvidas quanto à obtenção de financiamento para a sua Lusolândia, porque há empresas portuguesas e alemãs que querem entrar no projecto, bem como potenciais parceiros do Brasil e de Angola.

O presidente da Turismo do Oeste, António Carneiro, diz ao PÚBLICO que este projecto beneficia sobretudo Lisboa, mas também a região de turismo a que preside, e que conta com o apoio de Basílio Horta, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, AICEP.

Razões que levam António Domingos a confiar que a Lusolândia será uma realidade, "se tudo correr bem", em 2014. Este empresário tem negócios na área do imobiliário, hotelaria e vinhos.

A Lusolândia terá muita água, ou não fossem o mar e os Descobrimentos as componentes fundamentais deste projecto de parque temático. No seu centro está prevista a Baía das Descobertas, rodeada por construções alusivas à presença portuguesa no mundo com espaços dedicados, entre outros, à África, ao Oriente e ao Brasil.

Segundo o projecto, montanhas russas e outros atracções idênticas às de parques congéneres irão figurar entre os motivos de interesse deste equipamento, mas para a António Domingos a sua aposta não será apenas um parque de diversões, sendo muito importante a componente pedagógica baseada na História. Daí o empenho em ter uma equipa de historiadores a escrever o que será o parque, que terá diversas áreas de exposições sobre a época de ouro dos Descobrimentos.

"Só que esta componente pedagógica estará muito bem adaptada à animação, que é para isto não parecer um museu", vinca o empresário.

O parque terá 17 restaurantes e um hotel à data de abertura - no ano de 2014, segundo a vontade do promotor.

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