Feira do livro abre com desafio da ministra da Cultura

A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, lançou ontem um desafio ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, na cerimónia de abertura da 81.ª Feira do Livro de Lisboa, que ficará no Parque Eduardo VII até 15 de Maio. "Não poderia Lisboa candidatar-se a Capital Mundial do Livro, uma iniciativa da UNESCO? Com certeza que o Governo estaria na primeira linha para subscrever e se associar a esta candidatura", afirmou a ministra, que momentos depois, quando percorria a feira, brincou com uma actriz que lhe perguntou qual era a sua profissão: "Neste momento não sei."

Para a ministra, esta feira tem-se tornado, ao longo das últimas edições, cada vez mais "uma festa do livro", com uma oferta "mais diversificada", contacto com os autores e com todo o ambiente "muito especial" que transforma o Parque Eduardo VII num local de festa, anualmente, pela Primavera. Já que em Portugal se publicam 15 mil livros por ano, uma média de 40 livros por dia.

Gabriela Canavilhas anunciou que o projecto-lei da cópia privada - cuja revisão levou quase um ano de negociações e de estudo - está pronto para ser aprovado. E Paulo Teixeira Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), disse que a entidade tem feito "diversas diligências" no sentido de "pôr cobro ou pelo menos minimizar o verdadeiro escândalo que se tem notado em Portugal" por causa da cópia pirata, "lesando os direitos dos autores, editores e livreiros e até o próprio Estado, uma vez que na cópia ilegal também os impostos são preteridos". Ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro - que ontem também esteve na cerimónia de inauguração da Feira do Livro de Lisboa -, a APEL solicitou que possa ser constituída assistente em todos os processos judiciais dos quais seja matéria crime a cópia ilegal. "É um combate que consideramos um bom combate e estamos dispostos a lutar intransigentemente pela defesa dos direitos das partes envolvidas", afirmou. Isabel Coutinho

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