Falcao levou o “submarino amarelo” a mau Porto

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Falcao foi o homem do jogo Foto: Miguel Vidal/Reuters

Elementos da UEFA perderam algum tempo no final do jogo a analisar o relvado do Dragão à procura de trampolins escondidos. Não encontraram nada. Falcao faz o que faz sem ajuda. O colombiano marcou quatro golos, dois deles com grandes remates de cabeça, e, também com Helton, Rolando e Guarín em grande plano, foi decisivo para a goleada (5-1) do FC Porto ao Villarreal, que já não deverá conseguir fazer nada para impedir a presença dos “dragões” no encontro do título da Liga Europa.

Ao intervalo estava longe de parecer, mas o FC Porto iria viver uma das suas noites europeias mais gloriosas. A meio do jogo a eliminatória pendia, justamente, para o Villarreal, mas no fim já se reservavam bilhetes de avião para a Irlanda a partir do Porto. A equipa de André Villas-Boas esteve a perder, mas acabou por vencer por uma margem tranquilíssima, o que deverá fazer do jogo da segunda mão, no El Madrigal, uma mera formalidade. A “Taça Ibérica” passará, quase de certeza, a “Taça Lusitana” em Dublin. A não ser que aconteça algo totalmente inesperado em Vila-Real, a tal final 100 por cento portuguesa será uma realidade, resta saber se com a participação de Benfica ou Sporting de Braga.

O FC Porto conseguiu marcar cinco golos pela terceira vez seguida na competição, mas de início parecia que só os jogadores do “submarino amarelo” tinham colocado o alarme a despertar antes do jogo. Com a lição bem estudada e suportados pela técnica superior de Cazorla, campeão da Europa pela Espanha, Borja Valero, Nilmar e Rossi, atacaram com inteligência e colocaram muitos problemas aos “azuis e brancos”. Aproveitaram o facto de a defesa portista jogar muito subida, esperaram que esse sector se adiantasse e, no limite do fora-de-jogo, jogaram inúmeras bolas nas costas da última linha portuguesa.

Dessa forma, beneficiando do grande espaço existente entre Otamendi e Álvaro Pereira, e com o “rato” Nilmar sempre à espreita, criaram muito perigo. Helton resolveu o primeiro problema, Rolando outro e a má pontaria de Rossi um dos seguintes, até que Cani, servido pelo internacional brasileiro, marcou mesmo (45’).

A grande oportunidade do FC Porto na primeira metade surgiu num desvio, mas as coisas melhoraram após o intervalo, mesmo que Cazorla e Valero tenham voltado a enervar o Dragão, sempre da mesma maneira. A desconcentração portista ficou no balneário e o que mudou mais foi mesmo a atitude, que permitiu ao ataque entrar finalmente na área de Diego López. Guarín subiu de nível e levou a equipa com ele, mas foi o seu compatriota Falcao que surgiu nos pesadelos dos jogadores do 4.º classificado do campeonato espanhol quando adormeceram de madrugada. El Tigre, a passe do médio, ganhou um penálti e converteu-o no empate aos 49’.

O 2-1 foi obra da insistência de Guarín (57’) e o resto da noite serviu para Falcao deixar o estádio em êxtase e marcar o seu nome na Europa. Marcou após combinação com Hulk (67’), num lance em que o FC Porto fez o adversário provar do seu próprio veneno, e festejou mais duas vezes (75’ e 90’) graças aos seus cabeceamentos com marca registada. A noite fez relembrar outra, há oito anos, quando os “dragões”, também depois de sofrerem primeiro, fizeram um grande jogo e trucidaram a Lazio, igualmente numa meia-final da Liga Europa. Como então, o carimbo para a final está praticamente assegurado.

Notícia actualizada às 23h33
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