Jorge Jesus: “Ganhei três dos seis títulos que o Benfica venceu desde 1994”

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Jorge Jesus pede para não ser julgado precipitadamente Foto: José Manuel Ribeiro/Reuters

Discurso de um treinador ferido nas vésperas de jogar com o Sporting de Braga nas meias-finais da Liga Europa. Jesus admitiu ainda preferir outro adversário.

Tudo ou nada. Caso o Benfica não passe a final e não venha mesmo a vencer a Liga Europa, o tempo de Jorge Jesus no Benfica pode ter os dias contados. Confrontado com este descontentamento dos adeptos, o treinador mostrou-se ferido. “Há que valorizar o trabalho do treinador em títulos. Eu ganhei três em seis dos que o Benfica ganhou desde 1994. É importante fazermos o balanço das minhas duas épocas”, atirou o técnico. E depois lançou bases para o futuro: “Temos de ver o que não fizemos tão bem para estarmos mais fortes no ano que vem”.

Quanto à meia-final da Liga Europa com o Sporting de Braga – a primeira mão disputa-se na Luz esta quinta-feira às 20h05 (SIC) –, Jorge Jesus admite que “é natural” que os adeptos sonhem com essa possibilidade. “É uma esperança q alimentamos há varias eliminatórias. Houve grandes equipas que ficaram de fora. Queremos ganhar, para transformar o sonho em realidade”, sublinhou.

“São pormenores que vão decidir entre o Braga e o Benfica. Estamos à frente no campeonato, mas não se mede por aí. O Sporting de Braga eliminou equipas teoricamente favoritas e chegou aqui”, destacou Jorge Jesus, considerando o facto de três dos quatro semifinalistas serem portugueses como “a valorização do futebol português”, até por “fazer frente a equipas com maior poderio económico”.

A possibilidade de disputar a primeira final europeia da sua carreira é encarada por Jorge Jesus como um desafio. “Nunca tive essa possibilidade. Estive perto dela tanto no Braga como no Benfica. É muito importante para os treinadores e para os clubes, dá prestígio. Vai ser difícil, mas temos a convicção que podemos ir à final”, admitiu.

Ganhar em casa ao Sporting de Braga seria “juntar o útil ao agradável”, continuou Jorge Jesus, confessando que se pudesse escolher este não seria o adversário que calharia ao Benfica: “Não era a equipa que mais desejava. Está habituada a jogar eliminatórias, joga bem no contra golpe. Mas calhou e temos muito prazer, principalmente eu que já treinei a equipa”. Jesus diz ainda que esta partida entre duas equipas portuguesas “pode ser diferente” por ter um árbitro estrangeiro: “Deixam o jogo correr mais e pode aumentar a intensidade”.

Roberto volta à baliza

Depois de ter dado a baliza a Júlio César (no encontro contra o FC Porto para a Taça de Portugal) e a Moreira (na final da Taça da Liga), Jorge Jesus vai voltar a dar a titularidade entre os postes ao espanhol Roberto. “Vai ser titular. Isso é um problema individual e técnico. Diz me mais directamente a mim e aos três elementos e não tem interesse expressar essa titularidade”, afirmou o técnico.

Quanto aos jogadores em dúvida por motivos físicos (Gaitán e Carlos Martins, nomeadamente), Jesus diz que “ainda não há certezas”, mas apontou qualquer conclusão definitiva para amanhã, quando forem realizados os últimos testes. Por isso mesmo, só na quinta-feira serão conhecidos os convocados do Benfica. Sobre Cardozo, assobiado em Coimbra na final da Taça da Liga, o técnico disse que o avançado paraguaio “tem de reagir”: “Não foi só ele a estar em dificuldade. Não tivemos tempo para descansar até ao jogo com o Paços de Ferreira”, vincou.

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