Convidados monarcas de regimes repressores de protestos pró-democracia

O rei da Suazilândia, Mswati III, e o príncipe herdeiro do Bahrein, Salman bin Hamad al Khalifa, dois regimes que recentemente reprimiram protestos anti-democracia, fazem parte da lista de convidados do casamento do príncipe William.

Os dois fazem parte da lista hoje divulgada de cerca de 40 membros da realeza estrangeira convidados para a cerimónia que terá lugar na Abadia de Westminster na sexta-feira em Londres.

A presença do dirigente do país africano, considerado o único chefe de Estado absolutista, já levou à convocação de uma manifestação na terça-feira à tarde em frente ao hotel Dorchester, um dos mais luxuosos da capital britânica.

“É surpreendente que o palácio [de Buckingham], provavelmente por conselho do Governo britânico, tenha convidado o rei da Suazilândia”, afirmou Tony Dykes, diretor do movimento Acção pela África do Sul.

Admitindo que o convite tenha sido feito por uma questão de protocolo, acusou as autoridades britânicas de colocarem o “protocolo acima dos direitos humanos”.

A polícia e exército suazi impediram protestos na semana passada, detendo manifestantes e agredindo alguns daqueles que se arriscaram a sair à rua, sobretudo estudantes e professores.

Também no Bahrein, as autoridades têm reprimido as manifestações que duram já há vários meses e que pedem reformas políticas no país mas sem exigir a partida da família real.

Um relatório da Amnistia Internacional divulgado na quinta-feira alertou para a situação no país, estimando que mais de 500 pessoas foram detidas no último mês por causa dos protestos públicos.

A organização pediu “acção firme” dos EUA e governos europeus para pressionarem as autoridades a pararem com a repressão aos protestos.

O príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, casa na sexta-feira com Catherine Middleton, numa cerimónia religiosa, seguindo-se uma recepção no palácio de Buckingham oferecida pela avó, a rainha Isabel II.

Ao todo, terão confirmado presença seis reis e cinco rainhas estrangeiros, incluindo a rainha da Dinamarca, o rei da Espanha, do Tonga e os reis da Bulgária e da Noruega, bem como membros das famílias reais do Luxemburgo, Mónaco, Lesoto ou Marrocos.

Sugerir correcção
Comentar