Helena André diz que previsões do FMI sobre desemprego não devem assustar

A ministra do Trabalho defendeu hoje que as previsões do FMI de aumento do desemprego para Portugal não devem assustar, mas antes motivar a agir na procura de soluções que ajudem os desempregados a regressar ao mercado de trabalho.

“O desemprego em Portugal tem tido aumento no último ano e não nos podemos assustar. Temos de agir e temos de encontrar soluções para apoiar o regresso das pessoas ao mercado de trabalho e é isso que estamos a fazer”, defendeu Helena André, no final da assinatura de um protocolo no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa.

Na segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou o seu relatório “Panorama Económico Global”, em que as previsões para Portugal apontavam que será a única das economias periféricas da zona euro em recessão no próximo ano, com um crescimento contínuo da taxa de desemprego para 12,4% em 2012.

Hoje, Helena André disse dar “muita atenção a tudo aquilo que são previsões” dadas por organismos internacionais ou nacionais, mas lembrou que sempre tem dito que o comportamento do desemprego ao longo da crise não tem sido linear, mas antes “errático”.

“Temos de ter todos a consciência de que esta crise atacou de uma forma muito forte alguns sectores mais tradicionais da nossa economia onde os trabalhadores são pessoas que têm níveis de competências e de qualificações relativamente baixos e, quando falamos de uma economia que vai ser cada vez mais inovadora e cada vez mais exigente, o esforço que temos de fazer é de dar a essas pessoas essas competências e essas qualificações de que o mercado de trabalho necessita”, defendeu.

Nesse sentido, a ministra apontou que os números do FMI fazem o Governo agir.

“Agir na necessidade de continuarmos a qualificar estas pessoas para que elas possam num momento de retoma económica aumentar a sua capacidade de voltar ao mercado de trabalho”, apontou.

Lembrou, a propósito, o trabalho feito no âmbito do Programa Pares, que através da construção de lares de terceira idade ou jardins de infância vai criar 14 mil postos de trabalho permanentes quando todos os equipamentos entrarem em funcionamento.

Apontou igualmente o desempenho “muito positivo” das exportações, “que é em si próprio gerador de emprego”.

“Não podemos ser catastrofistas, temos de ter a capacidade de ir analisando aqueles que são os sinais, temos de ter a capacidade de ir apostando naqueles sectores que são criadores de emprego e temos de ter no terreno um conjunto de políticas activas que ajudem as pessoas a enfrentar melhor a sua capacidade de voltar ao mercado de trabalho”, defendeu.

Questionada sobre a necessidade de medidas que flexibilizem mais o mercado de trabalho, além das que foram definidas no acordo tripartido, Helena André apontou que não se pode “alterar constantemente a legislação do trabalho”.

“Temos de ir avaliando a implementação dessa legislação e ir afinando e corrigindo aqueles pontos sobre os quais entendemos que há alterações a fazer. Não faz qualquer sentido uma revisão do Código do Trabalho”, concluiu.

Sugerir correcção
Comentar