FC Porto volta a golear Spartak de Moscovo e já é a equipa mais concretizadora da UEFA

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Cristian Rodríguez, Hulk e Falcao: cada um marcou um golo Foto: Grigory Dukor/Reuters

Os números falam por si: 10-3. E não se tratou de um jogo de hóquei-em-patins, mas sim de uma eliminatória de acesso às meias-finais da Liga Europa. A verdade é que o FC Porto esqueceu que já tinha goleado, no Dragão, o Spartak de Moscovo, por 5-1, há uma semana, e voltou a dar uma “tareia” aos russos, agora no Leste, por 5-2. Os anunciados campeões nacionais são agora a equipa mais concretizadora das competições da UEFA, com 29 golos, mais cinco do que Barcelona, Real Madrid e Zenit.

André Villas-Boas e Pinto da Costa andavam preocupados com um eventual desleixo dos jogadores portistas em Moscovo, deslumbrados com a vantagem alcançada na primeira mão dos quartos-de-final. Treinador e presidente tanto empolgaram as capacidades de transcendência do campeão russo, que os jogadores subiram ao relvado sintético do Estádio Luzhniki (onde já haviam batido esta época e nesta competição o CSKA, por 1-0) com uma concentração e vontade tão grandes como se tivessem trazido um resultado crítico do Porto.

Com apenas duas alterações em relação ao primeiro jogo (Varela e Maicon deram lugar a Rodríguez e Otamendi), os “dragões” souberam travar o ímpeto inicial do Spartak, a quem restava marcar cedo e esperar um naufrágio colectivo dos portugueses para alcançarem os milagrosos 4-0, que valeriam a continuação na prova. E só não o conseguiram porque Helton impediu, com uma grande defesa, o golo ao irlandês McGeady, aos 7’. E quando não foi o guarda-redes a salvar, foi Fucile a impedir os russos de sonhar. A exibição do defesa uruguaio foi tão irrepreensível como efémera, já que saiu lesionado logo aos 27’, entrando pouco depois Sapunaru.

No entretanto, o FC Porto marcou. Um grande golo de Hulk que ficara em branco na goleada da primeira mão. O brasileiro arrancou ainda antes do meio-campo, tabelou com Falcao e arrancou num longo sprint para a área dos russos e que acabou com a bola nas redes de Dykan, aos 28’. Seguiu-se uma fase de grande ascendente dos “dragões”, intercalada por dois lances de perigo dos moscovitas, antes do apito final da primeira parte ter sido antecipado pelo segundo golo dos visitantes. Seria o primeiro dos dois cantos do FC Porto que dariam golo no encontro, ambos cobrados por Hulk. Rodríguez finalizou o primeiro.

Não se sabe se Villas-Boas terá alertado os seus jogadores ao intervalo para a “magreza” do resultado, face à superioridade da sua equipa, mas a verdade é que instantes depois do reatamento os “dragões” voltaram a fazer o gosto ao pé. O 3-0, aos 47’, teve três protagonistas: o recém-entrado Ruben Micael, com um grande passe, encontrou Falcao que assistiu o seu compatriota Guarín para o médio colombiano voltar a marcar no recinto onde já festejara um golo frente ao CSKA, há pouco mais de um mês.

Um novo golo que pareceu ter despertado o orgulho dos homens da casa que, aproveitando algum excesso de confiança portista, reduziram, aos 52’, numa jogada individual de Dzyuba. O russo teve pouco tempo para gozar, já que, dois minutos depois, lá surgiu o segundo canto de Hulk, ajeitado por Rodríguez e finalizado por Falcao. O avançado colombiano, que fizera um “hat-trick” no Porto há uma semana, somava o seu 11.º golo nas competições da UEFA, onde lidera o ranking de melhores marcadores à frente do argentino Messi, com nove golos.

O segundo golo do Spartak, apontado pelo brasileiro Ari, aos 72’, numa altura onde já reinava alguma anarquia na defesa portista, acabou por ser um “fait-divers” na história da maior goleada europeia do FC Porto fora de portas dos últimos 17 anos (em 1994, venceu o Werder Bremen por 5-0, na fase de grupos da Taça dos Campeões Europeus), encerrada com um quinto golo, aos 89’, desta vez de Ruben Micael.


POSITIVO e NEGATIVO

+


Hulk
Um grande golo e dois cantos que resultaram em mais dois. O brasileiro voltou a ser “incrível” na Europa.

Falcao
Outro “incrível” em Moscovo, que já o tinha sido no Porto, há uma semana, com um “hat-trick”. Esteve no primeiro golo de Hulk, assistiu Guarín para o terceiro e marcou o quarto.

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Spartak de Moscovo
Vindos da Liga dos Campeões, onde foram terceiros, com três triunfos, num grupo que incluía Chelsea e Marselha (que venceram em França), esperava-se mais da equipa russa. Duas goleadas à antiga não deram hipóteses no Porto e em Moscovo.
Ficha de jogoSpartak de Moscovo, 2
FC Porto, 5

Jogo no Estádio Olímpico de Luzhniki, em Moscovo.Assistência
Cerca de 17.000 espectadores.

Sp. Moscovo

Dikan, Kirril Kombarov (Dimitri Kombarov, 46’), Suchy, Sheshukov, Makeev, Rafael Carioca (Ibson, 69’), Alex, McGeady, Dzyuba, Yakovlev e Welliton (Ari, 46’).

Treinador

Valeri Karpin.

FC Porto

Helton, Fucile (Sapunaru, 28’), Rolando, Otamendi, Álvaro Pereira, Fernando, Guarín, João Moutinho (Rúben Micael, 46’), Cristian Rodríguez, Hulk e Falcao (James Rodriguez, 73’).

Treinador

André Villas-Boas.

Árbitro

Viktor Kassai, da Hungria.

Amarelo

Dzyuba (25’).

Golos

0-1, por Hulk, aos 28’; 0-2, por Cristian Rodríguez, aos 45’+2’; 0-3, por Guarín, aos 47’; 1-3, por Dzyuba, aos 52’; 1-4, por Falcao, aos 54’; 2-4, por Ari, aos 72’; 2-5, por Rúben Micael, aos 89’.

Notícia actualizada às 22h12
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