Torne-se perito

Combate a fogos com menos 15 meios aéreos este ano

Os cortes financeiros no dispositivo de combate aos incêndios florestais levaram a uma redução de 15 meios aéreos na época mais crítica dos fogos, entre 1 de Julho e 30 de Setembro. A informação foi avançada ontem pelo presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Arnaldo Cruz, no Conselho Nacional de Bombeiros. Quem o diz é o representante da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Jaime Marta Soares, que questionou na reunião Arnaldo Cruz sobre os meios aéreos que iriam estar disponíveis este Verão.

"O presidente da autoridade respondeu que seriam 41 meios aéreos, menos 15 do que os 56 que operaram o ano passado, mas não explicou qual a sua tipologia", afirmou Jaime Marta Soares ao PÚBLICO. O autarca reconhece que o Ministério da Administração Interna (MAI) tentou minimizar o impacto dos cortes, mas enfatiza que "os meios aéreos disponíveis vão ficar muito aquém das necessidades do país".

Ontem, o Conselho de Ministros aprovou uma verba de 12,9 milhões de euros para o aluguer de meios aéreos sazonais de combate a fogos florestais, depois de, em Janeiro, ter autorizado uma despesa de 23 milhões de euros que se destinaram a financiar a operação dos nove helicópteros do Estado, geridos pela Empresa de Meios Aéreos. Dois milhões de euros da verba ontem aprovada são provenientes do Fundo Florestal Permanente, após o MAI ter suspendido o projecto de instalação de videovigilância nas florestas, que tinha previsto um montante idêntico.

Os quase 36 milhões de euros destinados este ano ao dispositivo aéreo de combate aos fogos significa menos um milhão de euros do que a verba aprovada no passado: 37,1 milhões. Os gastos totais acabaram, contudo, por ficar uns milhões de euros acima, devido ao pagamento das horas extraordinárias e da contratação de alguns meios aéreos de reforço.

Neste momento estão assegurados pelo Estado 26 meios aéreos, que incluem o aluguer de 10 helicópteros médios e sete ligeiros, além dos nove helicópteros do Estado. O MAI, a EMA e a ANPC recusam-se a adiantar ao PÚBLICO quantos meios aéreos e de que tipo vão ser agora contratados. A assessora de imprensa do MAI, Cristina Valério, adiantou apenas que as aeronaves serão contratadas através de concurso público, apesar de estarmos a três meses do início da época mais crítica dos fogos."Há ainda algumas reuniões a fazer, mas os concursos vão ser lançados em breve", afirmou Cristina Valério.

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