Construir as "escolas de futuro" com a EPIS

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Esta iniciativa permitiu sistematizar, num manual editado em 2009, 130 boas práticas para directores, professores e pais

A Associação EPIS - Empresários Pela Inclusão Social foi criada em 2006 por empresários e gestores portugueses, na sequência de uma convocatória à sociedade civil feita pelo Presidente da República, no seu primeiro discurso do 25 de Abril, proferido na Assembleia da República.

A EPIS escolheu a Educação como forma de concretização da sua missão principal de promoção da inclusão social em Portugal. Com este foco, tem desenvolvido os seus projectos de intervenção cívica na área do combate ao insucesso e ao abandono escolares, com particular atenção à capacitação de jovens em risco que frequentam o 2.º e 3.º ciclo de escolaridade e à disseminação de boas práticas de gestão nas escolas.

Desde a sua fundação, conta com mais de 180 empresas associadas e parceiras da sua actividade no terreno, presente em mais de 50 concelhos de todo o país, em parceria com o Ministério da Educação, as direcções regionais de Educação, as autarquias e mais de 150 escolas de todo o país.

O projecto Novos Bons Alunos - Mediadores para o Sucesso Escolar no 3.º Ciclo estabeleceu uma metodologia de sinalização e capacitação de jovens inédita em Portugal, que está disseminada no terreno desde 2007. Desde aí, foram analisados 29.114 jovens e, desses, acompanhados 9274, através de uma rede de 70 mediadores dedicados a tempo inteiro, formados e orientados metodologicamente pela EPIS, presentes em cerca de 90 escolas dos concelhos de Aljezur, Amadora, Odivelas, Matosinhos, Paredes, Pampilhosa da Serra, Resende, Santarém, Sesimbra, Setúbal, Tavira e Vila Franca de Xira. Desde 2007, foi possível ajudar a criar 1279 novos bons alunos, com aumentos da taxa de sucesso escolar de cerca de 15% e 3%, respectivamente, no primeiro e segundo anos de intervenção. Mais recentemente, entre o 1.º período escolar de 2009 e de 2010, os alunos EPIS conseguiram aumentar a percentagem de notas de 4 e de 5 em 49% e 83%, respectivamente. Ficou deste modo demonstrado que a recuperação se dá não só pela redução das notas negativas, mas também por um maior atingimento de "notas altas", o que determina um reforço da autoconfiança destes jovens marcados pelo insucesso.

A iniciativa Escolas de Futuro - Boas Práticas de Gestão nas Escolas permitiu sistematizar, num manual editado em 2009, 130 boas práticas para directores, professores e pais. Com base nesta metodologia, foi lançado um programa de formação e treino para directores, de duração de quatro anos, com vista à implementação de processos de auto-avaliação, de melhoria contínua, de estabelecimento de objectivos e indicadores de desempenho, e de monitorização de resultados, que envolve mais de 90 escolas, abarcando cerca de 100.000 alunos. Nas 47 escolas que já estabeleceram objectivos para 2013, envolvendo 46.000 alunos, foi possível apurar aumentos dos resultados que apontam para a criação de 2107 novos bons alunos.

É no âmbito desta última iniciativa que a EPIS organiza, no dia 6 de Abril, na Fundação Gulbenkian, a conferência Escolas de Futuro, aberta a todos os cidadãos interessados.

A realização da I Conferência EPIS, em que tomaram a iniciativa de se inscrever mais de 600 participantes, é apenas um momento num caminho que envolveu já centenas de pessoas desde 2007 e em particular nos últimos meses.

Em Janeiro passado, lançámos um concurso de ideias aos alunos do 3.º ciclo e do secundário, para pensarem a "escola do futuro", tendo participado mais de 30 escolas e de 330 alunos. Vamos contar com a presença dos três grupos de alunos vencedores, que apresentarão os seus trabalhos e efectuarão um debate em torno das suas ideias.

Dan Buckley, especialista britânico na área da educação, dará a sua perspectiva sobre os modelos que tendem a surgir e a prevalecer em diversos países de todo o mundo. Na página do Facebook Escolas de Futuro, Dan Buckley tem partilhado connosco as suas mais recentes visitas a escolas na Austrália, Tasmânia, Tailândia, Rússia e Estados Unidos.

Da parte da tarde do dia 6 de Abril propomos um debate alargado sobre a construção das "escolas do futuro", moderado pela directora da Rádio Renascença, Graça Franco, que contará com o contributo de vários representantes da sociedade civil: Manuel Brito, vereador da Câmara Municipal de Lisboa; Carlos Moreira da Silva, presidente da BA Vidro; José Leitão, director regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo; José Manuel Canavarro, presidente do conselho científico da EPIS; Carlos Liz, sócio gerente da Ipsos-Apeme, na qualidade de especialista de estudos de mercado e tendências.

Queremos que as "escolas do futuro" se construam todos os dias! Por isso, vamos manter viva esta convocatória, para a qual contamos com um compromisso cívico empenhado de todos. Presidente da direcção da EPIS

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