Empresa envolvida na maré negra do Golfo do México recompensa os seus dirigentes

Foto
A explosão ocorreu a 20 de Abril de 2010 Foto: Guarda Costeira norte-americana/Reuters

“Não obstante a perda trágica de vidas no Golfo do México, conseguimos estatísticas de segurança exemplares, como o mostra a nossa taxa total de incidentes e o potencial de gravidade”, informou a empresa, sexta-feira passada, à SEC (Securities and Exchange Commission), comissão norte-americana reguladora do mercado accionista dos Estados Unidos.

“Tendo em conta estes dados, registámos o melhor ano em matéria de segurança na história da empresa, o que se reflecte no nosso compromisso em favor de um ambiente sem incidentes, em todo o lado e a todo o momento”, acrescentou a Transocean.

O ano 2010 deverá ficar gravado na história da empresa, depois da explosão, a 20 de Abril, na plataforma Deepwater Horizon. Morreram onze funcionários (nove da Transocean) e 17 ficaram feridos. O acidente causou a pior maré negra da história dos Estados Unidos. Ainda assim, a empresa menciona o acontecimento. “Ainda que em 2010 tenhamos feito progressos importantes para atingir os nossos objectivos estratégicos e operacionais, esses foram ensombrados pela explosão e incêndio de 20 de Abril”.

A empresa decidiu recompensar os seus dirigentes, no âmbito de uma política de remuneração “baseada na sua capacidade de atingir os objectivos operacionais anuais que prolongam os nossos objectivos económicos de longo prazo”. A Transocean aprovou ajustes ao salário base, em média, de 3,8 por cento e os prémios foram fixados, em média, a 44,8 por cento do máximo previsto no seu contrato de trabalho. Além disso, os dirigentes receberam opções sobre acções da empresa, valorizadas entre 1,2 milhões e 5,4 milhões de dólares.

Em Janeiro deste ano, a Comissão criada a pedido do Presidente Barack Obama sobre a maré negra, divulgou um relatório que atribuiu culpas à Transocean, BP – que explorava a plataforma - e Halliburton, que instalou a cúpula de cimento que iria encerrar o poço Macondo, a 1500 metros de profundidade.

A Transocean considera a petrolífera britânica BP como inteiramente responsável pela tragédia; já esta quer ver as responsabilidades partilhadas.

Sugerir correcção
Comentar