Bruxelas quer tornar oferta de crédito imobiliário menos vulnerável ao risco
Bruxelas quer assegurar que “todos os consumidores que compram uma casa” contraindo um empréstimo “estejam suficientemente protegidos contras os riscos” e saibam as consequências que correm ao fazê-lo, cita a agência AFP.
A proposta pretende evitar que se repita aquilo que aconteceu nos Estados Unidos, em 2008, quando rebentou a chamada crise do subprime: os bancos tinham concedido empréstimos de crédito à habitação a pessoas com poucas garantias de os pagar, e a crise no mercado imobiliário rebentou quando muitas famílias deixaram de pagas as hipotecas e o sector começou a perder com esses empréstimos de alto risco.
A situação europeia é diferente da norte-americana, ressalva Bruxelas na sua proposta, mas a concessão excessiva de créditos imobiliários por parte dos bancos às famílias verificou-se com maior incidência na Irlanda, Espanha e Reino Unido.
Agora, Michel Barnier, comissário europeu para o mercado interno, que apresentou o texto legal, quer determinar que as instituições entreguem aos potenciais clientes uma ficha técnica, com informações fixas e que lhes permitam perceber de forma clara qual é a sua capacidade de reembolso do empréstimo. Se a situação for negativa, em função dos padrões definidos, não haverá um acordo.
Com a medida, a Comissão Europeia pretende reduzir o risco de incumprimento do pagamento da dívida por parte dos particulares (com impacto no malparado e no balanço dos bancos), que ronda os 1,2 a 1,9 mil milhões de euros por ano.