Passos Coelho: “Espero que Portugal não precise de recorrer à ajuda externa”

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Passos diz que até que "haja um conhecimento completo da situação financeira do país, nenhum político pode dizer com certeza que não irá mexer nos impostos" Foto: Hugo Correia/Reuters

Pedro Passos Coelho disse hoje, em Bruxelas, que espera que Portugal "fique fora" de um plano de ajuda externa.

Falando aos jornalistas ao final da manhã, à entrada para uma reunião do Partido Popular Europeu e, novamente, ao final da tarde - antes de um jantar de sociais-democratas na capital belga - o líder do PSD sublinhou que “espera sinceramente” que Portugal não venha a precisar de recorrer à ajuda externa, cerca de 24 horas depois de o seu partido ter chumbado no Parlamento o PEC IV, acabando por originar a demissão do primeiro-ministro.

Questionado sobre a possibilidade de vir a aumentar os impostos caso o PSD saia vencedor das próximas eleições legislativas, Passos Coelho disse que "até que haja um conhecimento completo da situação financeira em Portugal, nenhum responsável político pode dizer com certeza que não irá mexer nos impostos, se tal for necessário".

O líder dos sociais-democratas deixou, porém, expresso o seu "compromisso" em como irá dar preferência a aumentos nos impostos sobre o consumo, em vez de cortes nos rendimentos das pessoas e nas “pensões mais degradadas”.

Interrogado sobre a eventualidade de um pedido de ajuda ainda antes das legislativas, Passos Coelho afirmou que só o governo poderá responder a essa pergunta. “Para responder a isso é necessário ter um conhecimento da situação financeira do país que a oposição não tem. Sabemos, no entanto, que se os esforços do governo português de controlo da dívida e da situação financeira tivessem sido bem-sucedidos, não teria sido necessária a apresentação de um plano tão agressivo [PEC IV]”.

Durante a tarde de hoje, Passos Coelho encontrou-se com alguns líderes europeus, nomeadamente a chanceler alemã Angela Merkel - que tinha expresso o seu apoio ao PEC IV - mas o líder social-democrata escusou-se a comentar a conversa que manteve com a chefe de Estado.

Passos Coelho preferiu ressalvar que espera que os líderes europeus entendam "a necessidade de um governo forte e comprometido com as reformas". Um governo mais forte “imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos e é capaz de gerar mais confiança nos mercados, e é disso que Portugal precisa”.

O líder social-democrata descartou ainda qualquer outro cenário político que não seja o de eleições antecipadas. “Não há outra possibilidade para Portugal nesta altura que não seja a de devolver a palavra aos portugueses. Foi essa a opinião que transmiti ao sr. Presidente da República e que repetirei novamente amanhã, durante a audiência”.

Notícia actualizada às 20h01
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