Alvalade é um campo de trabalhos forçados para o Sporting

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O Sporting dispôs de várias oportunidades de golo, mas falhou todas ENRIC VIVES-RUBIO

Nulo com U. Leiria deixa "leões" com mais empates do que vitórias em casa. Equipa voltou a desiludir, falhando demasiadas oportunidades

Em condições normais, o Sporting teria goleado ontem a União de Leiria, porque criou mais de uma dezena de oportunidades para marcar. Só que normalidade (e tranquilidade) é algo que não existe em Alvalade, onde os "leões" empataram a zero com uma pouco ambiciosa União de Leiria.

O Estádio de Alvalade, em vez de ser um lar confortável e palco de comunhão com os adeptos, transformou-se num verdadeiro campo de trabalhos forçados para os jogadores do Sporting. É lá que sofrem com a incapacidade de jogar bom futebol na maior parte do tempo e onde são castigados com assobios dos cada vez menos resistentes nas bancadas.

A melhor prova de como Alvalade se tornou um lugar maldito é que a equipa leonina já soma mais empates (cinco) do que vitórias (quatro) em casa. E ontem até nem tinha de ser assim. Mesmo sem jogar bem, o Sporting criou lances suficientes para golear a União de Leiria - o site oficial da Liga contabilizou 16 oportunidades de golo, um número algo inflacionado, mas ainda assim revelador da falta de eficácia dos "leões".

A U. Leiria entrou em Alvalade com a única intenção de defender. E isso complicou a tarefa do Sporting, quase sempre pouco dinâmico e com poucas linhas de passe. A excepção foi um pequeno período de dez minutos, a meio da primeira parte, em que a equipa de José Couceiro criou meia-dúzia de boas oportunidades de golo, mais do que suficientes para vencer. Só que a eficácia é algo que os jogadores leoninos parecem desconhecer. Umas vezes por inabilidade (Djaló 19"), outras por mérito do guarda-redes Mika (Postiga 23" e Matías duas vezes no minuto 26), e outras por pura falta de pontaria (Salomão 3" e Postiga 32"), o Sporting foi incapaz de traduzir a sua superioridade em golos.

Pecando algumas vezes por lentidão e outras pelo desejo de fazer tudo muito rapidamente, o Sporting ia criando oportunidades nos intervalos dos erros. E a sina da primeira parte continuou, mesmo depois de Couceiro ter lançado Vukcevic, Valdés e Saleiro.

Mika voltou a brilhar na baliza da U. Leiria, Postiga continuou a movimentar-se bem, mas a falhar na hora da verdade, e a sorte também não bafejou os "leões": quando tudo parecia encaminhar-se para o golo havia sempre um adversário a cortar o lance no último momento.

E a noite até podia ter terminado pior para os "leões" não fosse Rui Patrício ter evitado o golo de Cacá, que surgiu isolado na única oportunidade dos leirienses (84"). Mas esse seria uma castigo demasiado pesado para um clube que espera ansiosamente o resultado das eleições de sábado. E que, acima de tudo, espera que a época acabe depressa.

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