Autarca de Sines defende sistema para tratar lamas oleosas em vez de serem queimadas

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O ministério promete resolver problema das lamas até ao fim do ano Foto: António Carrapato

O presidente da Câmara de Sines, Manuel Coelho, não partilha da proposta avançada pelo Ministério do Ambiente que propõe a queima dos resíduos industriais perigosos e defende a criação de um sistema de tratamento das lamas oleosas.

A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, garantiu durante a sua deslocação a Ermidas do Sado (Santiago do Cacém), no início do mês, que o problema das lamas oleosas de Sines será resolvido no ano em curso. O autarca prefere outra solução para os resíduos industriais perigosos depositados em Santiago do Cacém, no Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) da Azambuja e numa cimenteira.

Manuel Coelho quer "uma solução de longo prazo" para as 160 mil toneladas de resíduos depositados no aterro da Maria da Moita e para os que são produzidos nas fábricas da região. "Todos os dias há indústrias no complexo industrial de Sines que estão a produzir lamas", salienta o autarca, que acrescenta: "É preciso que seja estudado para Sines um novo processo de tratamento". Manuel Coelho já chamou a atenção da ministra para a necessidade de um sistema de tratamento físico-químico de resíduos industriais perigosos em Sines.

As lamas oleosas, admite o autarca, "podem ser retiradas no prazo de um ano", mas argumenta que daqui a cinco anos se estará a falar da mesma coisa ou "a transportá-las para Espanha e a pagar muito dinheiro sem que o problema se resolva". Manuel Coelho tem insistido ao longo dos últimos anos nas vantagens em fazer o tratamento dos resíduos em detrimento da co-incineração, uma opção que "implica milhares de viagens de camião" no transporte das lamas para uma cimenteira e para o CIRVER da Azambuja.

O aterro sanitário da Maria da Moita, no concelho de Santiago do Cacém, recebe, desde 1982, as lamas oleosas produzidas por empresas do complexo industrial de Sines, como a refinaria da Galp, a petroquímica da Repsol e a Estação de Tratamento de Águas Residuais da Ribeira dos Moinhos. A deposição dos resíduos estende-se por uma área superior a uma dezena de hectares e está ainda por avaliar a profundidade alcançada pela contaminação produzida pela deposição das cerca de 160 mil toneladas de lamas oleosas.

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