Estado colocou emissão de curto prazo com juros estáveis face ao mês passado
O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), que gere a dívida pública, colocou 450 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a um ano, com um juro médio de 4,057 por cento, mais 1,76 por cento do que há duas semanas, mas quase quatro vezes mais do que os 1,097 por cento pagos a 3 de Março do ano passado por uma emissão do mesmo tipo.
Há duas semanas, o IGCP colocou no mercado mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a um ano, pagando um juro médio de 3,987 por cento, mais 7,47 por cento do duas semanas antes. A procura foi então de 1,9 vezes a oferta, enquanto hoje foi de 3,1 vezes.
Na emissão a seis meses, o IGCP colocou 550 milhões de euros, com uma taxa média de 2,984 por cento, igual ao da última emissão idêntica, há um mês, quando representaram menos 23,5 por cento que os 3,686 por cento pagos a 5 de Janeiro (uma subida de quase 80 por cento face última à emissão de 2010).
No entanto, face aos 0,739 por cento pagos pela emissão semelhante feita a 3 de Março, quando a crise da dívida pública europeia ainda estava a anunciar-se, o juro pago hoje representa uma subida um pouco superior a 400 por cento. Na emissão de hoje, a procura baixou substancialmente, de 4,8 vezes para 2,6 vezes a oferta.
“Portugal continua a conseguir endividar-se sem grandes dificuldades. As taxas de juro a que o Estado emite saíram em linha com as praticadas no mercado”, considerou o gestor de mercado de dívida do Banco Carregosa, Filipe Silva. O leilão de hoje pode assim constituir uma boa notícia para o ministro das Finanças, que participa no encontro de José Sócrates com a chanceler da Alemanha sobre a crise das contas nacionais.
O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), que gere a dívida pública, tinha anunciado que hoje pretendia colocar 750 a mil milhões de euros, em duas linhas de Bilhetes do Tesouro com maturidade a seis meses e a um ano, com uma colocação mínima de 300 milhões em cada uma.