Torne-se perito

Argélia e Nigéria são fundamentais no gás

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Argélia fornece 40 por cento

No que respeita ao gás natural, a dependência portuguesa em relação aos principais fornecedores é muito maior do que no petróleo: a Argélia e a Nigéria são praticamente os únicos fornecedores para Portugal, de acordo com uma fonte oficial da companhia petrolífera. Da Argélia, o gás natural que chega ao país segue através de um gasoduto que passa por Marrocos e por Espanha, transportando quase 40 por cento do total das necessidades portuguesas em estado gasoso. Por seu turno, a Nigéria representa cerca de 60 por cento das importações nacionais deste combustível fóssil, que neste caso chega a Portugal por via marítima.

De acordo com a Galp, em causa estão quatro contratos de fornecimento de longa duração com as companhias petrolíferas dos dois países, que só terminam a partir de 2020. Caso esses acordos não sejam cumpridos "por motivos de força maior", afirma a companhia, "a Galp ficaria livre de adquirir gás no mercado internacional sem limitações". Em último caso, Portugal tem reservas estratégicas de gás natural que chega para 20 dias, enquanto o petróleo chegaria para "alimentar" as necessidades nacionais durante cerca de três meses.

De qualquer forma, as necessidades de gás natural preocupam menos os investidores do mercado mundial, uma vez que nos últimos anos se descobriram formas menos dispendiosas de produção deste combustível. No total, 26,4 por cento das reservas estratégicas mundiais desse produto estão em países que podem ser "contagiados" pela instabilidade social na região, com destaque para o Irão e a Arábia Saudita (ver infografia). No entanto, a evolução tecnológica está a diminuir a dependência dos europeus e dos norte-americanos, devido à descoberta de novas fontes do chamado "gás não convencional", extraído de zonas argilosas ou próximas das reservas de carvão.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a quantidade de gás natural liquefeito (importado por via marítima) passou de 21,8 mil milhões de metros cúbicos em 2007 para 12,8 mil milhões em 2009, indica a Le Monde Diplomatique. A Agência Internacional de Energia prevê, aliás, que o gás natural é a fonte de energia que irá ter o mais forte desenvolvimento durante os próximos 35 anos. Inês Sequeira

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