O Grant Museum de Londres guardava meio dodó numa caixa

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Ilustração de um exemplar de dodo leiloada pela Christie's em 1997 DR

Que aquela que é uma das mais antigas colecções de história natural britânica guarde histórias por contar até nem surpreende. Mas os responsáveis do Grant Museum, no University College de Londres, não pensaram que, misturados numa caixa de madeira com ossos de crocodilo, fossem encontrar ossos de dodó, a misteriosa ave das Maurícias, extinta no século XVII.

Naquela caixa de madeira do Grant Museum havia de tudo, descreve o Guardian. Os investigadores que estão a tratar do levantamento do espólio do velho museu, que vai mudar de instalações dentro do University College, encontraram uma colecção de toupeiras bebé embalsamadas, o crânio de um suposto exemplar gigante de veado, que afinal académicos da instituição trouxeram da parede de um bar irlandês, e muitos ossos de crocodilo. Pelo menos estava assim identificados, como sendo de crocodilo. A surpresa foi quando se aperceberam que nem todos eram de crocodilo e que entre a colecção estavam muitos ossos de um dodó, metade de um exemplar, diz o Guardian.

“Não é assim tão surpreendente que tivessem sido guardados juntos. De facto há mais em comum entre crocodilos e aves do que possamos pensar. Foi um erro compreensível”, disse Jack Ashby, da comunicação do museu.

Recorda o Guardian que a história da conservação dos exemplares de museu desta ave é quase tão trágica como a da sua própria extinção, recordando que o único exemplar embalsamado de dodó, que existia no Museu de História Natural de Oxford, foi deitado para o lixo pelo conservador do museu, no século XIX, que achava que estava num mau estado de conservação. Foi este exemplar embalsamado de dodó, de Oxford, que inspirou Lewis Carrol para criar o dodó que faz parte da história de Alice no País das Maravilhas.

O Grant Museum fundado em 1827, é o último museu de zoologia universitário em Londres. Tem 70 mil peças.

Notícia corrigida às 12h32
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