EUA: activação do programa de plutónio da Coreia do Norte será uma provocação

Foto
A Coreia do Norte expulsou os inspectores da AIEA Emmanuel Dunand/AFP

A activação do programa de tratamento de plutónio para fins militares pela Coreia do Norte será interpretada pelos Estados Unidos como uma provocação.

Em conferência de imprensa, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, avisou que "toda a iniciativa com vista à activação de um novo processo de tratamento [de plutónio] constituirá uma nova provocação por parte da Coreia do Norte destinada a intimidar e exercer chantagem sobre a comunidade internacional".

Instado a comentar as informações avançadas nos últimos dias de que satélites-espiões norte-americanos tinham detectado camiões que estariam a transportar oito mil barras de combustível nuclear para a central de Yongbyon na Coreia do Norte, Fleischer desviou o seu discurso para a necessidade de encontrar uma solução pacífica para esta questão.

"Toda a iniciativa terá como efeito isolar ainda mais a Coreia do Norte da comunidade internacional, que está unida na vontade de encontrar uma solução pacífica para a situação actual", sustentou o responsável.

O diário norte-americano "New York Times" avançou na sua edição de hoje, com base em informações recolhidas junto de peritos, que Pyongyang poderá estar a tentar dissimular o combustível da central de Yongbyon ou a transportá-lo para uma unidade de tratamento para convertê-lo em plutónio para fins militares.

Caso estas indicações se confirmem, a Coreia do Norte poderá começar a produzir plutónio com vista à utilização militar até Março.

Já hoje, o chefe da Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA), Mohamed Al-Baradei, tinha pedido ao conselho de governadores do organismo da ONU para levar a questão do alegado armamento nuclear da Coreia do Norte ao Conselho de Segurança, proposta que Washington diz subscrever.

A Coreia do Norte, suspeita de possuir bombas atómicas antes de suspender o seu programa nuclear em 1994, explusou os inspectores da AIEA, depois de ter anunciado o regresso aos seus projectos nucleares, violando o Tratado da Não-Proliferação.

Sugerir correcção
Comentar