Minuto a minuto: "O Egipto está livre"

Hosni Mubarak abandonou o poder depois de 18 dias de protestos
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Hosni Mubarak abandonou o poder depois de 18 dias de protestos Reuters
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Mubarak abandonou o poder. O Exército egípcio anunciou que vai ser o garante das reformas no país e prometeu a realização de eleições livres e justas. Nas ruas de várias cidades do Egipto, milhões de pessoas festejam o fim de 30 anos do regime do faraó. A revolução minuto a minuto.

21h09:

“Isto é incrível. Nunca vi nada assim. Nem no 25 de Abril”, diz-nos

o nosso enviado Paulo Moura

, no Cairo, antes da chamada cair.

20h50:

A euforia não esmorece na praça Tahrir. “Todos os nossos sonhos tornaram-se realidade”, cita no Twitter o jornalista da CNN

Nic Robertson

.

20h36:

Na praça Tahrir (Libertação), no Cairo, os jovens gritam o nome do Presidente dos Estados Unidos, conta o jornalista da NBC Richard Engel. Barack Obama falou há minutos e teve uma palavra para eles, ao falar no nascimento de “uma nova geração”.

20h30:

Mais do discurso do Presidente norte-americano, Barack Obama, sobre a queda de Mubarak: “Sei que um Egipto democrático pode avançar com o seu papel, não apenas na região, mas em todo o mundo”.

20h21:

Barack Obama: “A voz do povo egípcio falou, as vozes foram ouvidas e o Egipto nunca mais vai ser o mesmo”. Hoje “é o princípio da transição”, disse. “Estou certo de que dias difíceis virão e que muitas questões continuarão sem resposta. Mas estou confiante de que o povo do Egipto pode encontrar as respostas”. Os últimos dias mostraram qual é o “poder da dignidade humana, que não pode ser negado”.

19h54:

Hora da libertação. O Cairo festeja a queda do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, com fogo-de-artifício na praça Tahrir. No epicentro da revolta que começou a 25 de Janeiro continua-se a gritar e a agitar bandeiras no ar: agora de alegria.

19h42:

O cenário no Egipto é indescritível, twitta

Sharif Kouddous

. Vamos imaginar: “Cada rua está repleta de gente eufórica, a celebrar, a gritar, a dançar”.

19h29:

Mais um apelo a uma “sociedade livre” no Egipto. O Presidente francês, Nicolas Sarkzy, saudou a decisão “corajosa e necessária” de Hosni Mubarak em renunciar ao poder e quer ver das “novas autoridades egípcias” o compromisso de “eleições livres e transparentes”.

19h27:

“É hora de ir celebrar antes que comece o verdadeiro trabalho”, diz o activista Gigi Ibrahim no Twitter. “Viva o Egipto!”

19h23:

Israel espera que a saída do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, não implique mudanças na relação entre os dois países, afirmou um alto responsável do diário “Ha’aretz”. Israel tem um tratado de paz com o Egipto desde 1979 (Israel tem apenas mais um tratado de paz com um pais da região, a Jordânia, desde 1994).

19h19:

“O comunicado militar é óptimo”, escreve no Twitter Wael Ghonim, o executivo da Google que se tornou uma figura-chave dos protestos. “Confio no nosso Exército.”

19h11:

Bandeiras no ar, a multidão em festa, os militares levados em braços na praça Tahrir. São nove da noite no Egipto e todo o país está na rua. No epicentro da revolta dos últimos 18 dias, vive-se a maior festa “em décadas”, descreve o jornalista da BBC Paul Danahar.

18h57:

Ainda o Conselho Superior das Forças Armadas: os militares elogiam Mubarak “pelo que deu ao país na guerra e na paz, e pela sua decisão de dar prioridade aos interesses do país.” A autoridade promete uma nova declaração em que irá “definir os passos que vão ser seguidos, sublinhando ao mesmo tempo que não há outro caminho em frente para além do legítimo a que as pessoas aspiram”.


18h47:

Chegou o comunicado militar: o Exército diz que vai anunciar medidas para uma fase de transição após a queda do Presidente demissionário. Depois de “saudar os mártires” que morreram na revolução, os militares garantem que se substituirá à “legitimidade desejada pelo povo”.

18h39:

“Consenso nacional” – é este o apelo de Amr Moussa, secretário-geral da Liga Árabe e ex-ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros face à “mudança histórica” trazida com a renúncia do Presidente Hosni Mubarak

18h36:

"Mubarak partiu, mas vão os militares do Egipto abraçar a democracia?", pergunta Ellis Goldberg na "Foreign Affairs". "Povavelmente não".

18h31:

“Precisamos de reerguer a cultura e o intelecto egípcio”, afirmou à Al-Jazira o opositor ao regime e ex-diplomata Mohamed ElBaradei

18h15:

“A voz do povo egípcio foi escutada”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-mon que pediu "uma transição pacífica, ordeira e transparente" no Egipto. E apelou a realização de eleições "livres, justas e crediveis".

18h15:

“O papel do Exército pode ser apenas temporário”, avisa o editor de Médio Oriente do britânico “The Guardian”, para quem os últimos dias mostram que os militares estão divididos. “A saída de Mubarak, a dissolução do que é encarado como um Parlamento ilegítimo, as reformas constitucionais e a abolição das leis de emergência são todas inegociáveis” para a oposição, escreve Ian Black.

18h08:

O colunista do “New York Times” Nicholas Kristof comenta: “A narrativa de como os países árabes são inóspitos para a democracia, de como o mundo árabe é incompatível com a modernidade – isso foi destruído pela coragem e visão de tantos tunisinos e egípcios.”

18h08:

Há festa em Sidi Bouzid, na casa da família de Mohamed Bouazizi, o vendedor de legumes cujo suicídio acendeu o rastilho da revolução tunisina e também da egípcia.

18h02:

A Suíça decidiu congelar “com efeitos imediatos” quaisquer bens que o Presidente demissionário do Egipto, Hosni Mubarak, possa ter no país, anunciou o Governo.

17h57:

Ayman Nour, o político que concorreu às presidenciais em 2005 sendo derrotado por Mubarak, disse que a nação “renasceu” e que o Exército compreende a sua missão de preparar um governo civil. “Este é o melhor dia da História do Egipto”, afirmou Nour à Al-Jazira.

17h54:

É a primeira reacção da Casa Branca: o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, referiu-se a “um dia histórico” no Egipto e disse esperar que a renúncia do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, traga a democracia a curto prazo ao país.

17h48:

“Hoje foi um dia notável, especialmente para os que estão na praça Tahrir e noutros locais, que pediram tão corajosa e tão pacificamente a mudança no país”, reagiu o primeiro-ministro britânico, David Cameron. “O Egipto tem, agora, um momento de oportunidade para um Governo que possa unir as pessoas.”

17h44:

O ministro da Defesa saúda a multidão em frente ao palácio presidencial no Cairo. Mohamed Hussein Tantawi é, segundo fonte militar, o chefe do Conselho Superior das Forças Armadas, a quem Mubarak passou o poder.

17h43:

Celebrações em Gaza, com fogo de artifício, pela queda de Mubarak. O Hamas, no poder no território, pediu aos novos dirigentes que que mudem as políticas do país.

17h39:

Mais uma reacção à queda de Mubarak. Desta vez, é o Governo do Qatar a reconhecer a transferência do poder para o Conselho Superior das Forças Armadas como “um passo positivo” para as aspirações de “democracia e de reforma” do povo egípcio.

17h37:

Buzinas e fogo de artifício: assim foi saudada a notícia da demissão do Presidente egípcio, Honi Mubarak, na capital libanesa, Beirute. Viam-se muitas bandeiras egípcias a sair de carros parados em longas filas de trânsito em alguns bairros de Beirute, conta a agência francesa AFP.

17h28:

“Mudança histórica”, reage Angela Merkel à demissão do Presidente Hosni Mubarak. A chanceler alemã espera que o Egipto respeite o tratado de paz com Israel, cita a AFP. Um oficial israelita citado pela Reuters afirma que a queda de Mubarak afecte as relações entre os dois países.

17h25:

Coincidências: há outros dias 11 de Fevereiro históricos. Mubarak sai no dia em que se comemora o 32º aniversário da Revolução Islâmica no Irão em que foi derrubado o Xá Reza Pahlavi. E há 21 anos, Nelson Mandela era libertado pelo regime de

apartheid

sul-africano, lembra o “Guardian”.

17h17:

Foi uma questão de minutos. A Wikipédia actualizou a biografia de

Mubarak

para: “ditador que governou o país africano desde 14 de Outubro de 1981 até 11 de Fevereiro de 2011.”

17h12:

O Irão reage dizendo que o Egipto conseguiu “uma grande vitória”. As autoridades iranianas têm elogiado a revolução no Egipto por derrubar um ditador apoiado pelos Estados Unidos, mas, por outro lado, proibiram as manifestações no Irão em solidariedade com os tunisinos e egípcios.

17h08:

O Conselho Superior das Forças Armadas irá demitir o Governo, suspender ambas as câmaras do Parlamento e governar com o chefe do Supremo Tribunal Constitucional, afirmou a estação de televisão Al-Arabyia. O ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, é o líder do conselho que lidera o país, disse fonte militar à Reuters.

17h04:

Explosão de alegria em Tunes. Queda de Hosni Mubark festejada na capital tunisina com buzinas. “Oh, povo egípcio, como és grande!”, ouviu-se na rua, descreve a AFP. A 14 de Janeiro, Tunes festejava a fuga do Zine El Abidine Ben Ali.

16h56:

O Presidente dos EUA vai fazer uma declaração sobre o Egipto dentro de cerca de hora e meia. Barack Obama foi informado da demissão de Mubarak e passou alguns minutos a ver a cobertura televisiva dos acontecimentos, disse o porta-voz da Casa Branca Tommy Vietor.

16h55:

Agora que Mubarak abandonou o poder, o importante é que “o diálogo seja rápido e que conduza a um governo que respeite as aspirações – e proporcione a estabilidade – do povo egípcio, diz a chefe da política externa da UE, Catherine Ashton. "O futuro do Egipto permanece, com razão, nas mãos do povo egípcio”.

16h39:

Não é só a praça que está em ebulição: “No Cairo, os condutores estão a buzinar, há disparos de tiros para o ar”, conta o correspondente da BBC Jon Leyne na capital egípcia. Havia pessoas aos saltos: “Temos um ex-Presidente!”, gritam. “Conseguimos!”.

16h32:

“Este é o melhor dia da minha vida”, reage o opositor Mohamed ElBaradei. “O país foi libertado depois de décadas de repressão”. Agora, o Nobel da Paz espera uma “bonita” transição de poder.

16h28:

A alegria nota-se também no espaço virtual: “Hosni demite-se. Ganhámos. Ganhámos”, twita Sandmonkey, um dos conhecidos ciberactivistas egípcios. “Não consigo acreditar... 30 anos de ditadura... depois de 30 anos de ditadura… Mubarak demite-se”, diz uma página de um grupo de jovens anti-regime no Facebook. “Tenho orgulho em dizer. Hosni Mubarak, o antigo Presidente do Egipto”, reage também no Twitter o activista de direitos humanos Ramy Raoof.

16h23:

“Em nome de Deus, o misericordioso, cidadãos, durante as difíceis circunstâncias que o Egipto atravessa, o Presidente Hosni Mubarak decidiu deixar o cargo de Presidente e encarregou o Conselho Supremo das Forças Armadas de administrar o país. Que Deus ajude toda a gente”, afirmou o vice-presidente, Omar Suleiman.

16h17:

Mubarak transferiu as responsabilidades de governação para o Conselho Superior das Forças Armadas, diz a televisão estatal.

16h07:

Hosni Mubarak deixou o poder, anunciou o vice-presidente Omar Suleiman. A praça Tahrir explodiu em festa. "O Egipto está livre, o Egipto está livre", grita a multidão.

16h02:

“Queridos governos ocidentais, estiveram em silêncio durante 30 anos a apoiar o regime que nos oprimia. Por favor não se envolvam agora”, twitou Wael Ghonim, o executivo da Google que se tornou num dos líderes da revolta.

16h01:

O secretário-geral do Partido Nacional Democrático, Hossam Badrawi, dá mais informações sobre a sua saída: “É uma demissão da posição e do partido”, disse o responsável, que na véspera praticamente anunciara a saída de Mubarak. “A formação de novos partidos de uma nova maneira que reflicta um novo pensamento é melhor para a sociedade neste ponto”, disse numa entrevista à Hayah TV.

15h55:

Nunca mais ninguém pode dizer que “não sabia”, comenta o escritor Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto e Nobel da Paz. No “New York Times” escreve “Por causa do progresso na tecnologia, especialmente no campo da comunicação, ninguém tem já desculpa para dizer: ‘não sei, não sabia, não tinha noção’.”

15h51:

Militares ajudam manifestantes no palácio presidencial: há relatos de que alguns soldados, encarregados de proteger o palácio dos protestos, estão a dar água e comida para os manifestantes, atirando os mantimentos sobre o arame farpado que os divide.

15h46:

Os confrontos entre manifestantes e polícias desta manhã em El Arish, no Sinai, terão causado pelo menos cinco mortos e mais de vinte feridos, avança a Al-Arabiyah. Uma multidão armada com pequenas pistolas atacara uma esquadra de polícia com o propósito de libertar prisioneiros.

15h39:

A partida de Mubarak para Sharm el-Sheikh é avaliada como “uma primeira etapa positiva” por um alto responsável norte-americano, em declarações sob anonimato à AFP. As televisões Al-Arabiyah e Canal 10 israelita tinham já anunciado a partida do Presidente para a estância balnear, informação confirmada pelo porta-voz do PND.

15h25:

“As pessoas decidiram aumentar a pressão ao regime. Há três a quatro mil pessoas à porta do palácio e muitas mais do outro lado. Mubarak não deve estar lá dentro… Mas mantemos o Presidente sob cerco. É outro símbolo do nosso protesto”, explicou ao “Guardian” Karim Ennarah, que passou duas semanas na praçaTahrir e agora se juntou à multidão diante do palácio.

15h21:

Nem chegou a uma semana: o novo secretário-geral do Partido Nacional Democrático, Hossam Badrawi, disse à BBC que vai anunciar a sua demissão “nas próximas horas”. Badrawi foi um dos que ontem sugeriu ao longo do dia que Mubarak se preparava para abandonar o poder.

15h19:

Mubarak “é agora uma figura simbólica, delegou todos os poderes no vice-presidente”, disse à BBC o professor Maged Boutros, um importante membro do PND, o partido no poder.

15h15:

Trocas de tiros entre polícias e manifestantes em El Arish, no Sinai, onde umas mil pessoas atacaram uma esquadra para libertar prisioneiros, deitaram fogo a carros e lançaram cocktails molotov contra os agentes, relatam as agências.

15h13:

Pelo menos dois helicópteros levantaram voo do palácio presidencial do Cairo, diz a Reuters. Um membro do partido de Mubarak afirmara antes que o Presidente já tinha partido para a estância balnear de Sharm el-Sheikh.

15h01:

“Oh Suleiman, oh Suleiman, também não te queremos!” cantam os manifestantes em Tahrir.

14h57:

A Irmandade muçulmana é um movimento “maioritariamente secular”, diz o conselheiro de topo para os serviços secretos do Presidente norte-americano, James Clapper´

14h45:

Mais de um milhão de pessoas estão já nas ruas por todo o Egipto. Só no Cairo estão mais de 200 mil pessoas na Praça Tahrir (Libertação) e dezenas de milhar em frente ao edifício da televisão estatal, a Nile TV.

14h42:

Um “comunicado importante e urgente” da presidência egípcia é esperada dentro em breve, anuncia a televisão estatal.

14h40:

O "New York Times" considera que a partida de Mubarak para a casa de férias em Sharm el-Sheikh constitui um “momento muito significativo” nos 18 dias de protestos maciços no país, ao mesmo tempo que várias figuras do regime egípcio se esforçam por fazer passar a mensagem de que o Presidente concedeu mesmo transferir os poderes para o vice-presidente, Omar Suleiman. A partida do Presidente pode ter como objectivo acalmar a situação nas ruas, diz a BBC.

14h25:

Hosni Mubarak deixou mesmo o Cairo esta manhã e foi para o palacete que possui na estância balnear de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, confirmou o porta-voz do Partido Nacional Democrático (PND, no poder).

14h24:

Mubarak terá dito ao deputado trabalhista israelita Benjamin Ben-Eliezer que procurava “uma porta de saída honrosa”. Ben-Eliezer disse que na conversa telefónica de ontem, pouco antes de Mubarak discursar à nação, o líder egípcio “já sabia que era o fim”. Ben-Eliezer, antigo ministro do Comércio de Israel, é considerado um dos políticos israelitas mais próximos de Mubarak.

14h16:

É aguardado ainda hoje um novo, e terceiro, comunicado do Conselho Superior das Forças Armadas. A declaração feita esta manhã pelos militares pedia aos egípcios a regressarem à “vida normal” para que depois possa ser oficialmente levantado o estado de emergência em vigor no país desde 1981. O Exército afirmava ainda que será “garante” das reformas prometidas ontem à noite por Mubarak e da realização de eleições livres e justas, além de se comprometer a que não serão perseguidos aqueles que, nas ruas, "rejeitaram a corrupção e exigiram reformas".

14h14:

Mais uma

música

da revolução.

14h08:

De dezenas de outras cidades egípcias chegam relatos de manifestações: a multidão em Alexandria já não se mede em número de pessoas mas em dezenas de avenidas repletas de gente a gritar para que Hosni Mubarak abandone o poder; dezenas de milhares em Suez tomaram o controlo de vários edifícios governamentais; 150 mil pessoas cercam o quartel-general da polícia e das forças de segurança do Estado na cidade portuária de Domietta; dezenas de milhares manifestam-se em frente ao edifício do governo local de Sharqiya; mais de 50 mil protestam em Qin, cidade natal do vice-presidente Omar Suleiman, outras 20 mil marcham em Arish.

14h02:

Os manifestantes avolumam-se junto ao palácio presidencial em Heliopolis, a uns 30 quilómetros de distância do Cairo, rodeado por um aparatoso sistema de segurança, com veículos blindados, tanques armados e centenas de militares. Ali, como no Cairo, grita-se “vai-te Mubarak” e a multidão de mais de três mil pessoas já grita insultos contra os soldados. A Al-Jazira avalia que este é o local com maior potencial de conflito.

13h57 O nosso enviado Paulo Moura, no Cairo

, diz-nos ao telefone que a oposição parece estar dividida sobre o que fazer. São já muitos os que acham que chegou a hora de ir para casa, mas admitem que não conseguem comandar todas as multidões que estão na ruas.

13h50:

As multidões de manifestantes pró-democracia extravasam hoje da Praça Tahrir e começam a congregar-se aos milhares junto ao edifício da televisão estatal, a Nile TV, e outros pontos estratégicos da capital egípcia. Junto à Nile TV, alguns relatos falam já em mais de seis mil pessoas observadas pelos militares armados que mantêm a segurança no local, onde ninguém está autorizado a entrar nem sair.

13h40:

O site de Internet do Partido Nacional Democrático (PND, no poder) foi atacado por hackers. Ao abrir, uma só mensagem na página: “Fechado até à queda de Mubarak e do regime”.

13h34:

Baradei no Twitter: “O país está todo nas ruas. A única saída para o regime é partir. O poder do povo não pode ser esmagado” diz o líder oposicionista. “Nós venceremos. Ainda há esperança de que o Exército se junte a nós."

13h25:

Hosni Mubarak pode ter já abandonado o Cairo nas últimas horas. O canal árabe al-Arabiya reporta que o Presidente e familiares partiram da capital para “destino desconhecido” a partir de uma base área nos subúrbios do Cairo. Já a televisão israelita Channel 10 diz que Mubarak partiu para a estância do Mar Vermelho Sharm el-Sheikh, onde possui uma casa. E um diplomata ocidental, citado sob anonimato pela BBC News, confirmou que o chefe de Estado egípcio terá abandonado o Cairo por volta das 13h00.

13h22:

Os Estados Unidos denunciam entraves do Irão às emissões dos media que estão a cobrir a situação no Egipto. E a BBC está a denunciar que o seu serviço persa está bloqueado desde quinta-feira por causa da cobertura que está a fazer a revolução egípcia

13h20:

"Se ele está determinado, nós estamos ainda mais, É um contra 85 milhões", disse Chérif el-Araf, um jovem manifestante de 16 anos na Praça Tahrir, à AFP.

13h18:

A Irmandade Muçulmana rejeitou os discursos ontem feitos por Hosni Mubarak e o seu vice-presidente, Omar Suleiman. “São só mais palavras enganadoras para tentar pôr termo às exigências do povo”, afirma a organização partidária em comunicado.

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