Arranca hoje limpeza da Quimiparque no Barreiro

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resíduos perigosos depositados há várias décadas em cinco hectares de terrenos Foto: Miguel Manso/arquivo

Começam hoje os trabalhos para retirar as lamas de zinco da Quimiparque, no Barreiro. O vereador daquela câmara municipal Rui Lopo considera que este é um passo importante porque representa o fim dos resíduos situados acima da cota do solo.

"A remoção das lamas de zinco que existem no território é um passo muito importante, pois é um resíduo com uma carga negativa a sul do território [Quimiparque] e é o último que está acima da cota de solo. Essa remoção estima-se que possa demorar até seis meses", disse o autarca em declarações à Lusa.

A primeira fase de resolução de passivos ambientais do antigo complexo industrial CUF Quimigal envolverá um investimento superior a quatro milhões de euros e está inserida na requalificação daquela área, com a concretização do projeto Arco Ribeirinho Sul.

Para Rui Lopo, esta acção teria de avançar mesmo sem a existência de um plano de urbanização para o território, que está em fase final de consulta pública. "Estes territórios têm de ser tratados mesmo sem a reconversão urbanística do território, mas pode marcar o arranque do projecto no terreno", sublinha.

O plano de urbanização vai definir três áreas diferenciadas de acção, com a autarquia a defender a necessidade de recolocar o concelho no centro da Área Metropolitana de Lisboa.

Este território foi o principal responsável pelo desenvolvimento do Barreiro, dado que era aí que se situava o "gigante industrial" da antiga CUF, durante muitos anos um dos mais importantes complexos industriais da Península Ibérica e o mais importante em Portugal.

Os trabalhos, que se iniciam hoje, vão estar concluídos antes do final deste ano e vão permitir a retirada de 52 mil toneladas de lamas de zinco. Além destes, está também em curso uma análise do subsolo, já em fase final, que irá permitir perceber o estado em que este se encontra e agendar futuras intervenções.

"O relatório permite perceber o estado do subsolo, para que sejam calendarizadas as intervenções e, mais importante que isso, faseadas naquilo que é a reconversão do território, pois uma intervenção massificada terá custos impraticáveis", disse o vereador Rui Lopo.

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