Tratado de redução nuclear entre EUA e Rússia já está em vigor

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O aperto de mão entre Clinton e Lavrov em Munique Michael Dalder/Reuters

O novo START, que impõe novos limites máximos ao armamento nuclear dos Estados Unidos e da Rússia, entrou finalmente em vigor. A secretária de Estado Hillary Clinton entregou o documento que confirma a ratificação por Washington do acordo ao chefe da diplomacia russo, recebendo das mãos de Serguei Lavrov os documentos russos.

“Acabámos de trocar os instrumentos de ratificação de um tratado que diminui os perigos nucleares que pesam sobre os povos russo e americano e sobre todo o mundo”, afirmou Clinton numa cerimónia à margem da Conferência de Munique sobre segurança. Lavrov chamou ao Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, “um fruto do entendimento que as abordagens unilaterais à segurança são contraprodutivas”.

Assinado após longas negociações entre Barack Obama e Dmitri Medved há quase um ano em Praga, o acordo impõe uma redução de ogivas em 30 por cento e define novos e mais eficazes mecanismos de monitorização sobre os respectivos arsenais.

Criticado pela falta de ambição, o novo compromisso baixa também o número permitido de sistemas de disparo de mísseis intercontinentais, bombardeiros de longo alcance e submarinos nucleares: ambos ficam limitados a 800 (700 operacionais e 100 em reserva), metade dos 1600 admitidos no START-1, de 1991. Nada de muito significativo, já que Washington conta com 798 e Moscovo tem menos de 600 daqueles sistemas.

Apesar de existirem mais seis países com armas atómicas, Estados Unidos e Rússia dispõem, em conjunto, de 90 por cento dos arsenais nucleares do planeta.

Outra potência nuclear é o Reino Unido. E segundo divulga hoje o jornal britânico "The Daily Telegraph", citando telegramas obtidos na fuga da WikiLeaks, ao abrigo do novo START Washington aceitou passar aos russos informações sobre os mísseis Trident que fornece a Londres, o seu principal aliado.

Os Trident são a base do programa britânico de armas nucleares. Segundo documentos do ano passado divulgados pela WikiLeaks, incluindo quase 800 da embaixada norte-americana de Londres, Moscovo aproveitou as negociações para pedir mais dados aos EUA sobre os Trident, que são produzidos e mantidos pelos EUA. Os russos terão alegado que isso era crucial para assinarem o novo START.

Analistas de defesa britânicos dizem que se esta informação for real pode pôr em causa a política britânica de recusar confirmar o tamanho do seu arsenal nuclear.

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