O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular anunciou ontem ter recebido garantias do Governo português de que nenhum veículo galego foi multado por falta de pagamento de portagens nas antigas Scut (auto-estradas sem custos para o utilizador), que o actual executivo decidiu portajar.

Em comunicado, o Eixo Atlântico refere que "altos cargos do Ministério dos Transportes de Portugal confirmaram ao secretário-geral da entidade transfronteiriça que não foi multado, até à data, nenhum veículo galego" por ter circulado nas antigas Scut sem estar equipado com dispositivo electrónico de pagamento de portagens. A confirmação foi feita "telefonicamente" ao secretário-geral do Eixo Atlântico, o espanhol Xoan Mao, depois de este ter remetido ao ministério português notícias de órgãos de comunicação social da Galiza que apontavam para a existência de "mais de três mil veículos galegos" alegadamente sancionados "com multas entre 50 e 100 euros", por falta de pagamento de portagem nas ex-Scut.

"Se bem que o Ministério dos Transportes português admite a possibilidade de que a informação publicada tenha origem em fontes da administração portuguesa, estas fontes foram explicitamente desautorizadas, uma vez que a GNR, responsável pelo controlo do tráfego, confirmou ao ministério a inexistência de tais sanções", lê-se no comunicado emitido pela associação de municípios transfronteiriça.

A consulta telefónica ocorreu depois de o Eixo Atlântico ter recebido "numerosas chamadas de cidadãos, preocupados com as possíveis sanções e as dificuldades que ainda existem para adquirir ou alugar aqueles dispositivos".

À hora de fecho desta edição, a agência Lusa aguardava esclarecimentos que havia pedido ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC) sobre o teor do comunicado do Eixo Atlântico. Fonte do MOPTC revelou recentemente à Lusa que já foram enviadas mais de 55 mil notificações a automobilistas por terem circulado nas antigas Scut sem pagar portagem, sem especificar se algum correspondia a veículo de matrícula estrangeira.