Menezes lança Marco António para Gaia e faz do Porto o seu tabu

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Marco António não reagiu

Candidatura do actual autarca de Gaia à Câmara do Porto "não está neste momento em cima da mesa"

Se depender de Luís Filipe Menezes, o seu actual vice-presidente na Câmara de Gaia, Marco António Costa, será o candidato do PSD e, queira o povo, o presidente desta autarquia do Grande Porto. Impedido de se candidatar a um novo mandato na margem sul do Douro, Menezes alimenta para já um tabu em relação ao seu interesse numa candidatura ao Porto, onde Rui Rio também cumpre o seu último mandato.

Nas varandas do Hotel Yeatman, com os paços do concelho do Porto em linha de mira, Menezes ainda se esforçou por afirmar que a disputa do municipio vizinho "é um cenário que não está, de forma alguma e neste momento, em cima da mesa". Mas, no almoço que se seguiu, deixou sinais contraditórios.

Se não tem o Porto na agenda, Luís Filipe Menezes mantém - como sempre tem mantido - o Porto no discurso. Momentos antes de "sem meias palavras", explicar quem é o seu "candidato muito forte" para lhe suceder no cargo, o actual presidente do município fez questão de afirmar que, "agora que Gaia atingiu desenvolvimento espectacular, Porto e Gaia têm obrigação de somar forças num projecto mobilizador para o Grande Porto". Uma mensagem feita numa mesa onde, por "falha" do protocolo, queixou-se, o puseram de costas para a tal cidade que diz não estar, por ora, nas suas contas.

A reforma política é que não está nos planos de Menezes. O autarca admitiu que espera terminar o projecto na margem sul com forças para meter mãos a outro objectivo, pelo que admite antecipar a saída do seu gabinete na Avenida da República. "Espero chegar com saúde ao fim [do mandato] para querer desejar alguma actividade pública ou privada activa. Isso pressupõe preparar essa situação, pelo que poderá haver ali umas semanas ou dois ou três meses...", disse. Já Marco António fez questão de manter o silêncio sobre o desafio que lhe foi lançado.

Menezes está há 13 anos na Câmara de Gaia e fez questão de marcar este aniversário com uma pompa digna de um número mais redondo. Se é 13 o número, a autarquia definiu para 13 dias um um programa de 13 inaugurações, visitas a obras ou lançamento de novos projectos (ver caixa). "Podiam ser mais", notou o autarca que, já sem dificuldade, desfia o retrato de Gaia à sua chegada e aquele que vai deixar a quem lhe suceder, num rol de obras que implicou um investimento de mil milhões de euros na última década. E citou Marco António Costa para garantir que dois terços dos investimentos previstos no masterplan para a cidade encomendado há anos à Parque Expo estão já cumpridos.

"E a dívida do município?", perguntou-lhe um jornalista. A dívida também foi servida à mesa, com o autarca a lembrar que os 200 milhões de passivo de Gaia representam vinte por cento dos mil milhões investidos. Defensor do investimento como forma de combater a crise económica e soicial, contra aqueles que apenas se preocupam com o défice e o controlo das contas, Menezes garantiu que não vai mudar de estratégia nos próximos anos.

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