Retratos de Mulheres, que colocará em diálogo o trabalho fotográfico de Man Ray, Julião Sarmento e Jorge Martins, surge como o grande destaque da programação de 2011 da Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva. Inaugura-se a 27 de Janeiro e, pela aposta em autores consagrados nacional e internacionalmente, surge como concretização do desejo deste museu - inaugurado em 1994 na Praça das Amoreiras, em Lisboa - se abrir decisivamente ao público.

Num almoço com a imprensa, a directora da fundação, Marina Bairrão Ruivo, adiantou que, dadas as reconhecidas dificuldades por que passa o sector cultural português - cortes concretizados, o subsídio que o Ministério da Cultura atribui à instituição é este ano inferior ao do ano da inauguração do museu -, a programação de 2011 foi possível através do aprofundar das relações com o mecenato e parcerias.

Insere-se nesse contexto o ciclo de conferências de arquitectura Do Conceito à Obra. Organizada com a Estratégia Urbana - Laboratório de Inovação, com sede em Matosinhos, levará ao museu (e à sede da Estratégia Urbana), a partir de Março e ao longo de dois anos, arquitectos como Álvaro Siza Vieira, Gonçalo Byrne ou Eduardo Souto Moura, que apresentarão ali todo o seu processo de trabalho.

A exposição, que junta a colecção de 50 retratos de Juliet Browner, mulher de Man Ray, registados em Los Angeles entre 1941 e 1955, aos dos pintores Julião Sarmento (62 retratos e 31 mulheres ao longo de 42 anos) e Jorge Martins (Eros Cromático, datado entre 1964 e 1973), conjugará três olhares diferentes sobre o corpo feminino. O centro será The Fifty faces of Juliet: é esse o título do conjunto que o coleccionador Giorgio Marconi editou em livro em 1981 e em 2009.

Da programação constam ainda exposições que, tal como é propósito primeiro da fundação, reflectem a vida e a obra do casal Arpad Szenes - Vieira da Silva.

A 5 de Maio, inaugura-se Gabinete de Anatomia: desenhos de Vieira da Silva e colegas estudantes de Belas-Artes, realizados no Instituto de Anatomia. A 7 de Julho, chega Vieira da Silva - Gerardo Rueda, e, mais tarde, Amigos de Paris, com obras de Lourdes Castro, René Bertholo, José Escada e Jorge Martins, todos jovens artistas na década de 50, quando Vieira da Silva e Arpad Szenes os receberam e apoiaram em Paris.