Hélder Rodrigues regressa do Dakar: "Sinto-me preparado para vencer"
“Se tiver um bom projecto, um bom trabalho durante o ano, um bom acompanhamento, sinto-me preparado para vencer, para andar na frente”, disse o piloto português à chegada ao Aeroporto de Lisboa, onde o esperavam cerca de meia centena de pessoas.
Hélder Rodrigues lembrou, no entanto, que “ainda estamos no início do ano” e que “o objectivo é trabalhar o ano inteiro, para no próximo Dakar estar bem, em forma, para lutar por um lugar melhor que este ano”.
“É esse sempre o meu objectivo. Mas ainda estamos no início do ano, ainda não sei o projecto que vou ter e que vou conseguir. A meio do ano, já terei uma melhor noção, mas vou começar já a trabalhar para melhorar no próximo ano”, frisou.
Rodrigues partiu para o penúltimo dia da prova na quarta posição, a mesma alcançada em 2009, mas problemas na moto do chileno Francisco ‘Chaleco’ Lopez permitiram-lhe ser o primeiro português a subir ao pódio do Dakar.
“No ano passado passou-se comigo. Perdi o pódio por uma coisa insignificante na moto, um filtro de gasolina. E isso podia passar-se com outro. Felizmente, neste Dakar passou-se comigo. Eu ganhei o pódio no último dia. Mas acreditei sempre, lutei sempre até ao fim”, afirmou.
Nesse dia, Hélder Rodrigues arrancou “ao ataque, porque queria vencer a especial” e, apesar de se ter perdido “um pouco” no final, chegou à meta “contente, feliz”, porque “tinha ganho dois minutos a Cyril Després”, o segundo classificado.
“Mas o ‘Chaleco’ não vem e as pessoas começaram a perguntar se o ‘Chaleco’ não vinha. Comecei a ficar nervoso e houve momentos em que cheguei a pensar que seria melhor fazer um quarto e não estar a sentir aquilo”, revelou.
Nesse momento, Hélder Rodrigues confessou que começou “a ficar nervoso, nervoso, nervoso”, sobretudo depois de lhe terem dito que “se ele chegasse depois dos 54” garantia o pódio”
“Liguei o GPS da moto, comecei a ver os minutos a passar, depois saía da moto e ia dar duas voltas, depois voltava a moto. Foi duro. Nesse momento, senti-me nervoso, eu que sou calmo. Não estava preparado para sentir uma terceira desilusão, depois daqueles dois dias em que me perdi”, referiu.