Autarca de Beja não apoia eventual boicote às presidenciais
A hipótese de boicote foi posta em cima da mesa na segunda-feira, durante um debate promovido ontem à noite pela Associação de Defesa do Património de Beja (ADPB). Além desta medida, que seria um protesto contra a decisão da CP de pôr fim às ligações ferroviárias directas entre aquela capital de distrito e a capital do país.
Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da autarquia, Pulido Valente, reagiu a esta proposta em poucas palavras: "Não tenho de me pronunciar sobre [as formas de luta]. Nós temos as nossas próprias formas de luta e as nossas posições."
Como o PÚBLICO tem vindo a noticiar, a CP decidiu acabar com o serviço Intercidades entre Beja e Lisboa, quando a linha que está fechada para obras for reaberta. O traçado está encerrado desde Maio de 2010 e deverá reabrir em Maio próximo, segundo o calendário da empreitada que custará 48 milhões de euros. Este montante serve para modernizar a linha até Évora, cuja oferta de Intercidades vai aumentar em número (passará a haver cinco ligações diárias em cada sentido). Porém, o material circulante a usar após a reabertura será mais antigo do que aquele que era usado até ao momento em que o percurso encerrou para obras.
Já os clientes de Beja deixarão de ter o Intercidades à porta e terão de passar a embarcar na estação de Casa Branca para chegarem a Lisboa. Nesse sentido, terão o serviço regional, em modo de vaivém, entre Beja e Casa Branca, onde farão transbordo para o Intercidades entre Évora e Lisboa.
Esta medida é, para o presidente da ADPB, "completamente inaceitável" e prejudicial para o desenvolvimento da região bem como para projectos emblemáticos como o próprio aeroporto de Beja, que continua por abrir.