Julgamento de violação de segredo de justiça no caso Face Oculta voltou a ser adiado

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O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção de um grupo ligado a Manuel José Godinho Foto: Adriano Miranda/arquivo

O advogado Pedro Marinho Falcão disse que o julgamento foi adiado "por insuficiência de prova e incapacidade do laboratório de polícia científica de ter respondido a um conjunto de questões" colocadas pela defesa. Esta foi a mesma razão que levou ao primeiro adiamento do julgamento, que já esteve para se realizar em Janeiro de 2010.

Paulo Pereira Costa é acusado de ter disponibilizado a um canal de televisão um mandato de busca, que lhe foi entregue no âmbito do processo Face Oculta. O crime, segundo a Procuradoria-Geral da República, ocorreu a 28 de Outubro de 2009, dia das buscas feitas a várias entidades públicas e privadas suspeitas de vários crimes económicos.

"O meu cliente está indiciado por haver uma coincidência entre uns sinais que estavam no mandato de busca e os sinais que aparecem na RTP e eu pedi que o laboratório científico me dissesse se, de facto, há uma igualdade entre as duas marcas", explicou Pedro Marinho Falcão.

O causídico adiantou ainda que a primeira audiência ficou marcada para 2 de Maio. No âmbito do processo Face Oculta, Paulo Pereira Costa foi indiciado por quatro crimes de receptação e um de associação criminosa, ficando obrigado ao pagamento de uma caução de 25 mil euros.

O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho.

Entre os arguidos estão personalidades como o então presidente da REN-Redes Elétricas Nacionais, José Penedos, que foi suspenso de funções pelo juiz de instrução, e Armando Vara, ex-ministro socialista e que se demitiu do Millenium/BCP, onde desempenhou funções de administrador.