Moradores contra falta de rampas na estação de S. João

Associação de moradores marcou uma sessão de esclarecimento para hoje. Refer e Câmara de Cascais garantem que rampas não são legalmente possíveis

Ao fim de mais de um ano de esforços junto das entidades responsáveis pelas obras de substituição da passagem de nível da estação de São João do Estoril por um túnel de atravessamento da linha, a Associação de Moradores da Quinta da Carreira continua a queixar-se da falta de condições de acesso para as pessoas com mobilidade reduzida da passagem que está a ser construída.

Por isso realiza-se hoje, às 15h30, uma sessão de esclarecimento sobre a "não construção de rampas de acesso" à passagem inferior da estação no auditório da Escola Secundária de São João do Estoril. Os moradores vão discutir dois projectos encomendados pela associação que apresentam soluções para a construção das rampas pretendidas.

As críticas da associação surgiram pouco depois de o projecto ter sido apresentado pela Rede Ferroviária Nacional (Refer), responsável pela obra. Segundo o presidente da associação da Quinta da Carreira, Carlos Guimarães, "basta uma avaria no elevador para a travessia [da linha] não poder ser feita". "O absurdo disto tudo é que o Centro de Saúde de São João era para ser construído mais longe e uma das justificações da câmara [para ser construído em São João, contra a vontade da associação de moradores] era que ali estaria com melhores acessos", argumenta o representante dos moradores.

"A implantação de rampas com as especificações regulamentares teria como consequência um impacto extremamente negativo na ocupação do espaço público, na funcionalidade da circulação, na segurança e no programa preconizado para esta estação, sendo geradora de maiores problemas do que soluções", contrapõe a Refer em resposta ao PÚBLICO.

A empresa responsável pela rede ferroviária explica ainda que a proposta apresentada pela associação de moradores não se colocou "nem podia ser considerada pela Refer, por infringir a regulamentação em vigor". Em causa terá estado a falta de espaço para a construção de rampas de acesso para pessoas com mobilidade reduzida com uma inclinação que não ultrapassasse os seis por cento.

O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, a quem a associação de moradores também recorreu para tentar impedir a construção do túnel com apenas escadas e elevadores, disse que, "se coubessem", as rampas seriam "bem-vindas". O autarca social-democrata garantiu ainda que foi estabelecida uma parceria com a Refer no sentido de "garantir a manutenção dos elevadores, de modo a garantir uma gestão mais célere e a minimizar eventuais situações de avaria".

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