Leixões duplica descarga de aparas de madeira em 2011

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O estudo sobre os efeitos da estilha será conhecido no final do primeiro trimestre deste ano Foto: Paulo Ricca

As descargas de aparas de madeira no porto de Leixões, que têm provocado vários protestos por parte de centenas de moradores na envolvente devido ao pó que provocam, serão mais do dobro durante este ano.

Numa recente visita de elementos da autarquia de Matosinhos, foi assumido que "o porto de Leixões registou, em 2010, a atracagem de 12 navios com 450 mil toneladas e, para 2011, estão previstas 25 escalas de navios". Nesta visita ficou também a saber-se que a Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) encomendou um estudo ao dirigente da Quercus Francisco Ferreira sobre os efeitos da estilha, as aparas de madeira, na Área Metropolitana do Porto. O resultado será conhecido no final do primeiro trimestre deste ano.

Ontem, o JN noticiou que APDL já não vai colocar a tela que anunciara para suster as poeiras levantadas pela movimentação da estilha. Em vez desta, a APDL, aconselhada por especialistas da Universidade de Aveiro, optou por uma mais barata e, segundo defende, mais eficaz barreira de contentores. Para mitigar a sua presença, os contentores serão decorados com desenhos de Francisco Providência.

Perante esta decisão da APDL, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte emitiu ontem um comunicado de cinco pontos. Num deles, afirma que vê "como positiva a preocupação em adoptar uma solução que mitigue o brutal impacto urbanístico e visual negativo desta barreira de contentores na frente do porto de Leixões, esperando que os seus resultados sejam positivos" na contenção do pó levantado pela movimentação da estilha. Mas adverte que "não deixará de continuar a exercer uma vigilância exigente sobre esta actividade e os seus impactos ambientais".

O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, concorda com a instalação da barreira de contentores e também promete ficar atento aos resultados da mesma. "Estou convicto de que quem trabalhou nesta solução é competente, mas aguardo atentamente os resultados da monitorização [das partículas de estilha no ar]", diz. Quanto à previsão de duplicação das descargas neste ano, Guilherme Pinto avisa: "Aumenta a necessidade de se encontrar uma solução para que a estilha não provoque problemas na envolvente."

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