Mais de 300 militares fechados na Unidade de Comandos após roubo de armas
Mais de 300 elementos das tropas de elite estão fechadas há dois dias na Unidade de Comandos, no quartel da Carregueira, em Sintra, após o desaparecimento de dez armas, entre elas pistolas e metralhadoras. O Ministério da Defesa confirma que existem "indícios de que se praticou um crime grave”.
Os militares estão proibidos de sair do quartel e estão a ser alvo de um intenso interrogatório por parte da Polícia Judiciária Militar, noticia o Correio da Manhã na sua edição de hoje.
Até prova em contrário, todos estão sob suspeita no desaparecimento das dez armas de guerra, entre metralhadoras e pistolas, roubadas da arrecadação de uma das companhias do batalhão de Comandos, entre o dia 23 de Dezembro e a última segunda-feira.
Em causa está também o perigo iminente das armas serem vendidas no mercado negro para a prática de crimes violentos. Só uma pistola-metralhadora pode ascender aos 2500 euros e as pistolas situam-se nos 1000 euros.
Ainda de acordo com o mesmo jornal, os militares das três companhias do batalhão chegaram a ir dormir a casa na segunda-feira, mas na terça-feira já não saíram da unidade. Estão inibidos de sair por ordem do comandante e estão, desde então, a ser sujeitos a interrogatórios individuais. Os militares estão revoltados e garantem que a “pressão psicológica é enorme”.
O PÚBLICO contactou o porta-voz oficial do Exército, o tenente-coronel Hélder Perdigão, que explicou que o caso está em segredo de justiça e que se encontra nas mãos da Polícia Judiciária Militar. O responsável remeteu mais explicações para um comunicado onde se confirma que “houve um incidente com material de guerra” na referida unidade e onde se acrescenta que “o Comando da Unidade em causa ao ter conhecimento da situação, de imediato, informou a Polícia Judiciária Militar, no sentido desta tomar conta da ocorrência”.
“Paralelamente à investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar, a unidade diligenciou as suas próprias averiguações internas, com uma investigação de segurança autónoma que contou com a participação técnica de uma empresa afecta à área da segurança”, lê-se na mesma nota.
A Polícia Judiciária Militar é supra Exército e depende directamente do Ministério da Defesa Nacional, tendo “competências específicas da investigação e, naturalmente, as diligências que estão a tomar, tendo em vista o cabal apuramento da situação, encontram-se em segredo de justiça”, recorda o comunicado.
Ministério da Defesa atento ao casoAugusto Santos Silva já comentou o caso. “Temos indícios de que se praticou um crime grave”, afirmou o ministro da tutela, à margem de um encontro sobre a indústria de defesa. Santos Silva disse também que o Exército tem o total apoio do Ministério da Defesa para o esclarecimento do que ocorreu. O ministro remeteu outras explicações sobre o que está a ser feito para as Forças Armadas.
Notícia actualizada às 11h39