Medicina: Estudantes no estrangeiro apelam aos deputados para lhes facilitarem regresso a Portugal

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São 1300 os estudantes de medicina no estrangeiro Fernando Veludo (NFactos)

“Desde 2009 são feitas promessas vãs. Não vimos um único acto tomado em prol dos 1300 estudantes portugueses que estudam lá fora”, afirmou hoje o presidente da ANEME, Francisco Pavão, numa audiência parlamentar.

A ANEME, explicou Francisco Pavão, aproveitou a audiência na comissão parlamentar de Educação para “dar conta aos deputados” do que tem feito desde fevereiro de 2009, mês em que foi formalmente criada.

O estudante referiu que, em janeiro de 2010, a associação enviou uma proposta concreta do regresso de estudantes nos terceiro e sexto anos dos cursos de medicina aos diretores das sete faculdades de Medicina em Portugal, ao secretário de Estado do Ensino Superior e ao ministro da mesma tutela, não tendo obtido até agora qualquer resposta.

“A nossa proposta nunca foi ouvida. Ou, se foi, nunca nos chegou ao conhecimento”, disse.

Francisco Pavão e mais três membros da associação deram conta aos deputados dos “pequenos entraves burocráticos” com que se deparam aqueles que pretendem concluir os cursos em Portugal.

O estudante referiu que as universidades portuguesas passam um diploma de licenciado no final do terceiro ano do curso, quando se conclui o primeiro ciclo de Bolonha, algo que “80 por cento das faculdades europeias não faz”.

“Ao concluir o terceiro ano, o aluno tem 180 unidades de crédito. Segundo o processo de Bolonha isso seria suficiente, até porque a maioria das faculdades lá fora não passam o diploma que é exigido em Portugal”, referiu.

De acordo com a ANEME, a maioria dos cerca de 1.300 alunos portugueses de medicina no estrangeiro estão em Espanha e na República Checa e o número de estudantes tem aumentado nos últimos seis anos.

A ANEME pediu em Abril do ano passado ao Presidente da República para que se interessasse pela situação dos mais de mil alunos espalhados pela Europa e que interferisse na criação de condições para o seu regresso.