Amado quer consenso político alargado na reforma da rede diplomática

Amado falava aos jornalistas à margem do Seminário Diplomático, que reúne em Lisboa os embaixadores portugueses espalhados pelo mundo, onde definiu como primeira prioridade da diplomacia portuguesa em 2011 o acompanhamento rigoroso da política europeia.

Questionado sobre se essa prioridade contraria as afirmações que fez sobre a possibilidade de encerramento de embaixadas no espaço da União Europeia, o ministro respondeu que “não necessariamente” e frisou a importância de as alterações a fazer terem apoio dos outros partidos políticos.

“Não faremos uma reforma da rede que não tenha uma base de consensualização com as outras forças políticas o mais alargada possível. Não vale a pena estar a fechar embaixadas se depois um governo futuro pretender reabri-las. Esse exercício é gastar dinheiro por gastar”, disse Luís Amado.

O ministro repetiu que prevê apresentar as suas propostas na Assembleia da República em finais de Janeiro ou princípios de Fevereiro e assegurou que a reorganização da rede de embaixadas “está delineada mas não estão tomadas decisões”.

Aos embaixadores portugueses, e depois aos jornalistas, o ministro afirmou que a actual situação de crise financeira dá à diplomacia um “papel central na vida política nacional”, na medida em que “muitos dos problemas são induzidos por factores externos que os Estados e os governos não controlam”.

“Sem perceber o que se passa na Europa, sem perceber o que se passa no mundo e sem procurar actuar nessas duas frentes, mais regional e mais internacional, não se pode encontrar solução para os problemas que temos pela frente”, disse.

Nesse contexto, explicou, os diplomatas, cuja função é sobretudo a de “zelar pela promoção e pela defesa da imagem do país no exterior”, têm neste momento a responsabilidade de “projectar uma imagem mais rigorosa dos problemas do país e das opções que estão a ser tomadas para fazer face aos problemas” e, ao mesmo tempo, “acompanhar com muito cuidado” os desenvolvimentos políticos na Europa.