Coelho desafia Cavaco Silva a excluir da comissão de honra administradores do BPN

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Cavaco Silva criticou o conselho da CGD durante o frente a frente com Alegre Pedro Cunha (arquivo)

O candidato à Presidência da República, José Manuel Coelho, desafiou Cavaco Silva a afastar da comissão de honra da sua candidatura os administradores bancários que acusou de má gestão do BPN.

Coelho, lembrando que o BPN, desde a sua nacionalização, é administrado pela Caixa Geral de Depósitos – a cujo conselho de administração preside Faria de Oliveira, tendo Norberto Rosa por vogal, também designado pela CGD membro da administração do BPN –, exige que “Cavaco Silva exclua da sua Comissão de Honra” os referidos administradores da CGD.

Se não o fizer, concluiu o candidato madeirense, poderão “a Comissão de Honra ou esses mesmos administradores da CGD, perderem as réstias de honra que lhes sobram” ou “os portugueses passarem a concluir que o professor Cavaco Silva é um político igual aos outros: faz ataques pessoais em público, mas depois conserta tudo no segredo dos corredores do poder”.

Coelho recorda que Faria de Oliveira foi secretário de Estado do Comércio Externo e das Finanças e do Tesouro e também ministro do Comércio e Turismo, em governos de Cavaco Silva. O mesmo regista em relação a Norberto Rosa que foi subdirector-geral da Contabilidade Pública e secretário de Estado do Orçamento, em executivos chefiados pelo actual Presidente da República.

Os ataques de Cavaco Silva à administração do BPN, ou seja, à CGD, que é presidida por um seu ex-ministro, Faria de Oliveira, surgiram durante o debate frente a Manuel Alegre. A administração da CGD reagiu em comunicado, refutando as críticas do candidato "que considera injustas", e mostrou-se ainda disponível para prestar "toda a informação necessária" à Presidência da República, garantindo que a gestão do BPN "foi correcta, adequada, rigorosa e eficaz". Também o presidente do BPN e vice-presidente da CGD, Francisco Bandeira, respondeu em nome da instituição, manifestando-se "surpreso" com as afirmações do candidato que acusou de recorrer ao banco com objectivos eleitoralistas.

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