Memória dos campos nazis, mas sem memória

Um academismo pesado acompanhado de alguma inconsciência dificilmente admíssivel na relação com o legado do “cinema dos campos nazis”.

<i>O Relatório Auschwitz</i>: espectacularização do sadismo nazi
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O Relatório Auschwitz: espectacularização do sadismo nazi
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O tipo de filme que, na sua exploração didáctica da memória de Auschwitz, suscita emoções desencontradas. Por um lado, a história é séria, e não se confunde com a onde de efabulações “auschwitzianas” que enxameiam os escaparates das livrarias: trata-se da reconstituição da saga de Alfred Wetzler e Rudolf Vrba, dois judeus eslovacos cuja bem sucedida fuga de Auschwitz, trazendo testemunhos e provas materiais (provas, por exemplo, da utilização de Zyklon-B), veio a dar origem a um dos mais completos relatórios sobre o que de facto se passava naquele campo produzidos antes do fim da guerra. Contar esta história pouco divulgada e dar a conhecer os seus protagonistas eslovacos num filme que, sendo uma co-produção, tem “epicentro” na Eslováquia (que também é a nacionalidade do realizador Peter Bebjak), é uma intenção tão digna quanto qualquer outra, tanto mais que vem acompanhada da vontade explícita de a articular com a ressurgência dos negacionismos e ideias de extrema direita um pouco por toda a parte (sobre o genérico final caem pedaços de discursos de figuras políticas contemporâneas de pendor xenófobo: entre essa vozes, reconhecem-se as de Bolsonaro, Marine Le Pen, Trump, Salvini).

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