Balanço do campeonato

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João Tomás marcou nove dos 15 golos do Rio Ave Foto: José Manuel Ribeiro/Reuters

Com 14 jornadas decorridas, os atacantes marcaram 87 por cento dos golos do FC Porto, o Benfica baixou para menos de metade a produtividade nas bolas paradas face a 2009-10 e o Sporting é a única equipa que ainda não marcou de cabeça.

Os 20 pontos de Hulk

No hóquei no gelo norte-americano, para efeitos estatísticos, é atribuído um ponto aos jogadores por cada golo e por cada assistência. Se esse sistema se aplicasse na Liga, Hulk somaria 20 pontos nestas 14 primeiras jornadas. O avançado do FC Porto é simultaneamente o atleta com mais golos (13) e com mais assistências (sete) no campeonato. Fez uma ou outra coisa em 20 dos 32 golos dos “dragões”. O brasileiro, ausente na 2.ª jornada, apresenta uma média de um golo por jogo e consegue, mais ou menos (um pouco mais, neste caso), uma assistência a cada dois encontros.

Responsável por 40,6 por cento dos golos portistas, os seus habituais colegas de sector também não estão mal: Falcao marcou sete (21,9 por cento) e Varela seis (18,8). O ataque do líder marcou 28 dos golos da equipa (87,5 por cento).

Entre os goleadores com mais peso para o seu clube, têm-se destacado especialmente João Tomás, autor de 60 por cento dos golos do Rio Ave (nove em 15), e Carlão, da União de Leiria, com 53 por cento (nove em 17), os únicos que marcam mais de metade dos golos das suas equipas.

A seguir a Hulk, os homens com mais assistências para golo na Liga são Paulo Sérgio (Olhanense), com cinco, e depois Djalma (Marítimo), Bruno Gama (Rio Ave), Artur (Beira-Mar) e Saviola (Benfica), todos com quatro. Artur é o jogador com mais assistências no mesmo jogo: assistiu todos os golos do Beira-Mar no triunfo sobre o Sp. Braga (2-3).

O lucro do banco do Vitória de Guimarães

Os suplentes do Vitória de Guimarães não servem, definitivamente, apenas para aquecer o banco. O clube minhoto somou oito dos seus 22 pontos graças a golos de homens que não iniciaram os jogos no “onze”. Os remates certeiros de Rui Miguel (contra o Benfica), Maranhão (U. Leiria) e Faouzi (FC Porto), e o “bis” de Targino ao Sporting renderam pontos. Menos úteis foram os golos de Maranhão (ao Portimonense) e Pereirinha (Beira-Mar).

O Paços de Ferreira não desperdiçou nenhum dos quatro golos dos seus suplentes, válidos para cinco pontos. Seguem-se, neste ranking, o Sporting, o Beira-Mar e o V. Setúbal, todos com três pontos. FC Porto, Benfica, Sp. Braga, Rio Ave, Naval e Nacional ainda não pontuaram directamente através de golos de suplentes. O clube madeirense é o único só com golos de titulares. Wilson Eduardo, do Beira-Mar, é o suplente goleador mais produtivo, tendo festejado três vezes depois de sair do banco.

Golo-tipo do Rio Ave: na área, após livre

Por esta altura, os elementos responsáveis pela análise dos adversários têm todos o aviso nos apontamentos sobre o Rio Ave: muito cuidado com os livres indirectos, sobretudo os marcados para a zona da pequena área. E bastante atenção a João Tomás! Os vila-condenses só perdem - e por um - para o FC Porto no total de golos obtidos na sequência de lances de bola parada, mas todos lhes são inferiores nos livres indirectos. Seis das nove jogadas de bola parada com sucesso do Rio Ave foram livres indirectos e concluídos sempre na pequena área, maioritariamente por Tomás (quatro vezes). De resto, a formação de Carlos Brito é a que tem mais golos na pequena área (oito), se se somarem todos os tipos de golos.

O FC Porto já tem golos de livre directo (1) e indirecto (3), de penálti (5) e até um na sequência de um lançamento lateral, mas, curiosamente, ainda não marcou após canto. O Benfica está no grupo dos segundos deste ranking, com nove golos de bola parada, mas está bem pior na comparação com a edição anterior da Liga, na qual já tinha 20 golos deste género à 14.ª ronda. O Sporting, o outro “grande”, tem menos (cinco), enquanto o Vitória de Setúbal é o menos “especialista” da competição, com um só golo de canto para amostra.

Treze golos, 13 autores

O Portimonense não tem o pior ataque da Liga, nem o penúltimo ou o antepenúltimo melhor, apesar de nenhum dos seus futebolistas ter mais de um golo marcado. O conjunto algarvio contabiliza 13 golos e todos foram obtidos por jogadores diferentes, 12 da própria equipa e um através de um autogolo. Doze atletas do plantel do Benfica também já facturaram nesta Liga, mas o rei da distribuição de golos é o Sporting de Braga, com 13 autores distintos (mais um autogolo). Caso curioso é o do melhor ataque da prova, o do FC Porto, porque precisou apenas de seis jogadores para marcar 31 vezes, valor a que se poderá acrescentar o autogolo de João Aurélio (Nacional). Para já, somente cinco jogadores marcaram pelo Rio Ave e pela Naval na Liga 2010-11.

Académica marca e sofre nas alturas

O Benfica e a Académica são os clubes que mais marcam com a cabeça, com sete golos cada, mais um do que o Rio Ave. Miguel Fidalgo, avançado da “Briosa”, marcou cinco dos seus sete golos dessa forma. Curiosamente, ambas as equipas estão também na parte superior da tabela no ranking de golos sofridos de cabeça. A Académica é mesmo a mais permeável no ar (10 golos sofridos).

Seguem-se Sp. Braga, P. Ferreira e V. Setúbal, com seis golos sofridos, e depois Benfica, Rio Ave e Portimonense, com cinco. O FC Porto é o único que ainda não sofreu desta forma. O Sporting só foi batido uma vez de cabeça, mas é também o único incapaz de marcar usando essa parte do corpo.

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