A principal sala de espectáculos de Aveiro mantém-se sem director artístico há mais de um mês. A câmara municipal tinha prometido anunciar uma solução para a liderança do Teatro Aveirense em Novembro, mas ainda não terá encontrado o sucessor de Pedro Jordão, que deixou o posto em finais de Outubro. O pedido de demissão ficou a dever-se, segundo anunciou o próprio ex-director, à "total falta de condições"de cariz financeiro para o desempenho do cargo.

Na última reunião da Assembleia Municipal de Aveiro, a vereadora do pelouro da Cultura, Maria da Luz Nolasco, deixou sem resposta o deputado Ivar Corceiro (BE), que questionou a autarquia sobre o vazio directivo no equipamento cultural. Maria da Luz Nolasco limitou-se a apresentar esclarecimentos sobre a situação financeira do Teatro Aveirense e sobre as transferências que a autarquia ainda tem em dívida para com a empresa municipal que gere a sala de espectáculos.

Segundo a vereadora, no final de Outubro a dívida da empresa gestora do Teatro Aveirense era de 508 mil euros. Relativamente às transferências previstas no contrato-programa da autarquia, em 2009, foram transferidos para o teatro 240 mil euros respeitantes ainda a 2008 e mais 80 mil relativos a 2009. Ainda de acordo com os números apresentados pela vereadora, dos 360 mil euros que ficaram por pagar, "foi feita uma adenda para pagamento de forma faseada. São 90 mil euros por ano entre 2010 e 2013". Uma das justificações avançadas por Pedro Jordão para a demissão era, precisamente, a dos atrasos nos apoios da câmara para fazer face às dívidas. Contudo, Maria da Luz Nolasco, que é também responsável pela sala de espectáculos, garantiu que, "nesta data, a câmara cumpriu com os pagamentos para 2010". Na assembleia, a vereadora afastou ainda um cenário de vazio directivo no teatro, revelando que a programação do próximo ano tem já previstos 32 espectáculos de "nomeada".