Ministros do Ambiente europeus acusados de ceder a pressão da indústria automóvel sobre emissões

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Os veículos comerciais ligeiros representam 12 por cento da frota total do transporte rodoviário na Europa Miriam Lago

O limite máximo das emissões de gases com efeito de estufa dos novos veículos comerciais ligeiros foi revisto em baixa, hoje, em Conselho de Ministros do Ambiente em Bruxelas. A Quercus acusa os responsáveis de cederem à pressão da indústria automóvel.

Os ministros apoiaram hoje uma proposta da Comissão Europeia que defende limites de emissão para os novos veículos comerciais ligeiros: 175 gCO2/km em 2017 e 147 gCO2/km em 2020. Mas, a proposta inicial era de 135 gCO2/km.

“Os ministros do Ambiente concordaram com esta alteração, apesar de estudos divulgados pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente evidenciarem que uma redução da potência dos motores para os níveis de 1997 poderia representar per si uma redução em 16 por cento dos custos de combustível e das emissões de CO2 associadas”, escreve a Quercus em comunicado.

Actualmente, os veículos comerciais ligeiros – cujas emissões são cerca de um terço superiores às emissões de um automóvel de passageiros - representam 12 por cento da frota total do transporte rodoviário na Europa. Mas têm vindo a aumentar. Só entre 1997 e 2007 aumentaram 50 por cento.

A Quercus lamenta ainda que não foi adoptada uma proposta que impunha a obrigatoriedade de aqueles veículos terem limitadores de velocidade de “origem”, à semelhança do que já acontece com os veículos pesados. “Este instrumento permitiria uma redução das emissões de gases com efeito de estufa entre sete e oito por cento até 2020 e uma redução das mortes em auto-estradas de 46 por cento, caso o limite de 100 km/hora fosse imposto para os veículos ligeiros comerciais”, explica a associação.

A Quercus considera que “esta foi uma oportunidade perdida, porque permitiria ‘atacar’ de uma só vez três dos mais graves problemas que o sector dos transportes enfrenta: a redução do consumo de energia, a redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e a redução da sinistralidade rodoviária”.

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